domingo, 16 de agosto de 2015

Domingo

Hoje foi lançado o vídeo-poema Domingo. Orgulho de ter produzido algo tão íntimo e peculiar. Clique aqui e assista e passe adiante e comente e. Ou se quiser ouvir, Aqui.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

ERA UMA VEZ HORIZONTE

Comunico minha saída do Sobrenome Liberdade. O motivo é estritamente ideológico. O sarau seguirá com os demais integrantes. 
Foram mais de 3 anos de entrega, aprendizados e trocas. Lembro como fosse já. A independência sempre foi prática - em tudo! 
Uma Antologia, 50 edições, um fanzine, exposições, viagens pockets shows... Incontáveis histórias.
Não sei mesmo medir o quão longe esse sonho chegou. Deixo uma parte grande do meu coração neste ponto. (e não há mesmo o que dizer; esse peso nos olhos já basta)
Sou grato a cada um dos amigos que acreditou e fez essa utopia ir além.
A gente se vê pelas esquinas, ocupações, outros saraus e onde mais for imprescindível. O sonho apenas começou!
#Coragem


terça-feira, 7 de julho de 2015

Para outra parede

Mendigos, degustadores de sorvete, alpinistas, nadadores em geral...
sei que todo mundo sofre nesse frio.
Mas 
olhe aqui
não existe cobertor capaz de aquecer o meninin que habita este corpo

além de teu hálito.
*
Chovendo pesado madrugada toda.
Acordei e peguei mais uma coberta. 
Vi nesse gesto um luxo, 

mas preferia teu vulcão, ainda que adormecido, aqui.
*
Use o frio a seu favor:
Leia algo para alguém como quem conta um milagre a uma velha viúva sueca.


Ouse!
O frio está a seu favor:
Descubra quantas calorias a pessoa querida tem.

Ou se o frio continuar contra você:
Ande de mãos dadas com alguém - nem que seja por um metro, 2 segundos, 19 voltas, 15 nãos... 
*
Salário < Ração
Ausência < Frio
Socorro < Pedido
Memória < Sonhos
[das comparações sem igual]

(Sarau ComplexCidade - Indaiatuba-SP)


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Desamarrando cadarços e umbigos

Hoje faz exatamente 2 anos que abri mão de um emprego estável numa grande seguradora para tentar viver das coisas que acredito.
Não ganhava muito, mas é quase o dobro do que recebo hoje dando aula e revisando textos.
Mudanças mil: redução de gastos, outros hábitos... No entanto, ganhei mais tempo pra mim e para estar perto de quem amo. Ganhei minha alma de volta. Às segundas, por exemplo, é sagrado ver e brincar com a Flora antes dela ir à escola. Visitar (amiúde) o Bento ainda é uma missão difícil...
Naquele dia, quando saí da Allianz Seguros, não tinha um plano B, não tinha grana na poupança... Eu tinha a certeza que não tornaria a vender meu sangue e suor (que são a mesma coisa, afinal) para instituições que não boto fé.
A vida é curta ( todo mundo sabe). E tenho um sentimento que vou morrer antes dos 30. Sei lá. Trago um medo de passar pela vida sem conhecer as pessoas que amo. Ou de que elas não se dêem conta de que são os verbos da minha história. Não sou bem um cara exemplar, mas tô tentando ser alguém digno das pessoas que cultivo.
Vida, gratidão por ter me permitido chegar até aqui.


domingo, 7 de junho de 2015

Anemia

Domingo é dia de visita. Não de ficar. Aos domingos a gente não liga ou marca encontro com qualquer pessoa. Existe um pacto silencioso de intimidade absoluta nesse dia.
Domingo é uma ocasião sagrada, que renova a poeira e uma solidão desgraçada de vulgar.
Domingo é gangorra de um banco só.
Religiões provando o contrário.
Domingo é convite sem destinatário.
Roda gigante sem eixo.
Paradoxo de si mesmo.
às vezes o domingo não passa de jeito nenhum. Fica passeando a semana toda em tudo que nos falta.
Ressaca mista de água benta e ácido na veia do mamilo superior.
Peso ancestral remodelando os ossos.
Precisão de seis noites com 24h de madrugada na porta da frente. 
Domingo tem cara de fim de ano: a vida fecha pra balanço, considerações gastas, encontros funcionais, remorsos planejados e comidas demodês.
Domingo é... Dane-se! 
A visita acabou. Ninguém nunca fica.