que virou um piquenique no fim da madrugada
embaixo de um pé de lembrança
que se fez duro e saudável
ao dar luz a um jardim na capital de minha mãe,
de onde correu a história
de um sorvete vingativo
que lambia a gente
toda vez que era mordido.
Nosso amor deu lugar a um banco vazio,
que
testemunhou uma ressaca sem razão
deixando na carne um gosto tão acre
que não coube na língua do mundo dizer;
quando os passeios deixaram de ser viagens
e não tivemos mais ritos de passagem para cumprir,
nossa história virou a lenda de um zoológico,
onde os animais estimavam os humanos
e, às vezes, só cobravam 10 centavos por foto.
Nosso
amor deu lugar a um tratado sobre o
coração,deixando na carne um gosto tão acre
que não coube na língua do mundo dizer;
quando os passeios deixaram de ser viagens
e não tivemos mais ritos de passagem para cumprir,
nossa história virou a lenda de um zoológico,
onde os animais estimavam os humanos
e, às vezes, só cobravam 10 centavos por foto.
que virou uma banda de jazz disfarçada de livro,
poema da esperança de 300 e tantos malditos não identificados,
manifesto recitado pelos meus manos e um tal bispo,
que coberto por legítima armadura poética,
atravessou a cidade todo cheio de vida, luz e rosas
para invocar nossos heróis em porões,
quintais, ruas, escolas e saraus:
redutos dos santos cidadãos comuns.
Nosso amor deu lugar a quatro mãos no bolso,
e perdeu a beleza que a distância havia lhe emprestado
ao beijar a boca daqueles perigos feitos para gozar;
sem a proteção do seu cuidado,
[que nunca mais será (só) meu]
nossos desencontros ganharam uma lógica
que só quem saiu por último pôde ver.
Quando
resgatamos as coisas que perdemos para o fogo,
depois que o tempo digeriu nossa 1ª morte
e choramos a mesma dor
por sentimentos distintos,
[para espanto geral]
nosso “era uma vez” deu lugar a um “volte sempre”
e o nosso amor virou uma história feliz.
depois que o tempo digeriu nossa 1ª morte
e choramos a mesma dor
por sentimentos distintos,
[para espanto geral]
nosso “era uma vez” deu lugar a um “volte sempre”
e o nosso amor virou uma história feliz.
Uou! Que eu não sei falar e muito menos escrever "todo o mundo" já sabe, mas com mania de persistência, digo: Magnifico, toda cautela e empenho dedicado aos seus textos valem a pena, encantam e nos intrigam, ouso afirmar no plural pois não há como sair sem que conflitos sejam gerados. Enfim, sem dizer nada: Continue! Lindo de ler, Ni! ;)
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