quarta-feira, 4 de junho de 2014

PEQUENOS DETALHES DE UM GRANDE POETA

Para entrar em um SARAU
Não precisa ter dinheiro
Basta querer injetar
Cultura no corpo inteiro
É a arte independente
Mostrando seu devaneio.

E narrando alguns fatos
Apresento um companheiro
Nivaldo Brito dos Santos
Que nasceu lá no Barreiro
O famoso Ni Brisant
Um poeta brasileiro.

Vivia com simplicidade
Garoto do interior
Com uma alma inquieta
Aprendeu a ser leitor
Um dia teve a certeza:
“A palavra me salvou”.

Na infância, além de amor
Tinha um desejo profundo
Ganhar uma bicicleta
“melhor presente do mundo”
Descendo a ladeira do Cumbe
Delirou por um segundo.

Na inocência em que vivia
Do pouco que presenciou
Viu sua galinha ser assassinada
Foi a um velório em que ninguém chorou
Das drogas que lhe ofereceram
Só em geladinho se viciou.

Ainda moço foi para São Paulo
Sonhando em conseguir tudo
Passou frio, sentiu saudade
Investiu em seu estudo
E com garra e persistência,
Conquistou seu primeiro canudo.

Buscando na realidade
Os sonhos que perseguia
Alguns ficaram para no caminho
Outros morrendo ele via
Mas para um bem maior
Destacou-se em poesia.

Para que viesse embora
Sua mãe sempre rezava
Quanto mais ela pedia
Sonhador ele se tornava
Meu filho é um grande artista
Enfim ela constatava.

Da Bahia para o mundo
Ni Brisant se revelou
Crônicas, notas, poesias...
Hoje é um grande escritor
“Tratado sobre o coração das coisas ditas”
Primeiro livro ele publicou.

Vieram “Outras versões não identificadas”
Que você pode ler agora
Ele também escreveu
Relatos vividos outrora
Mas o que mais emociona
E a carta à sua filha Flora.

São tantas qualidades
Um artista muito intenso
Houve quedas, desafios
É preciso ter bom senso
Tudo serve de lição
Vencer é um desejo imenso

Vá em frente, Ni Brisant
Você está só começando
Seu itinerário é longo
Aos poucos vá avançando
Talento você tem de sobra
Sucesso te desejamos!

- Solange Mendes - Esplanada(BA), Janeiro 2014
Solange Mendes foi professora de Ni Brisant na 4ª série do ensino fundamental no povoado São José. Nessa ocasião, Ni percorria 5 quilômetros de bicicleta para estudar.

Prego no vendaval

(para Victor Rodrigues)
ganho a vida virando o jogo
expondo meu miocárdio em páginas de aluguel
uso verde porque não tenho saco pra amar elinhas
e é mais fácil perder todo sangue do que o juízo final.

pedi perdão
mas não pedi passagem
ir ou vir
não importa
quando soul
a vida que sempre kiss.

minha trilha é um compacto sem acordo
refrão é toda palavra que meu ar quer ser.
e desvio das regras só para provar o que é
ser e star eu.


domingo, 1 de junho de 2014

7º Ninguém Lê

Amanhã (02/06) discutiremos o livro Delitos e Deleites, de Giovani Baffô. A entrada é gratuita e a roda aberta para que cada um exponha suas percepções, dúvidas e críticas sobre a obra. Vamos juntos discutir nosso tempo.

O "Ninguém Lê" surge de uma conversa e uma preocupação sobre o nosso movimento de saraus e literatura periférica / marginal / independente e afins.
Muitos livros estão sendo lançados, mas estes livros estão sendo lidos?
A ideia é escolher um livro dos nossos a cada mês pra ler e depois botar na roda.
Acreditamos que esse evento pode fortalecer e trazer mais qualidade de escrita e leitura nesta cidade em que ninguém lê e que a gente conheça melhor o que estão produzindo por aí.

Já discutimos sete livros e agora continuamos com a pulga atrás da orelha: quem leu Delitos e Deleites, do Giovani Baffô?
Existe leitor em SP?

Quando: Segunda-feira (02/06), às 19h
Onde: Clube Literário Hussardos: Rua Araújo, 154 - 2º Andar (Próximo ao metrô República)