terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Bora Baea!

Amig@s,
Que haja sempre coragem e amor (daquele maior) em nossos passos. Bora viver esse novo ano com tudo!
Viajarei amanhã para rever minha família na Bahia e conhecer alguns movimentos literários no nordeste. Sendo assim, passarei um tempo sem atualizar o blog.
Abraços

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Existe leitor em SP?

O Ninguém Lê não bombou, nem deu grana, nem foi notícia. Para a maioria, isso representa um fracasso. Mas pra mim e pro meu mano Victor Rodrigues, o Ninguém Lê tem sido um grande exercício de aprendizado, no qual autor e público discutem o livro - sem misticismo. Não sei descrever a grandeza que existe nessa mobilização consciente para debater e tentar entender melhor nossa literatura. 
O Ninguém Lê está se firmando como uma genuína escola popular de literatura. Embora quase todos os participantes se conheçam dos saraus, as discussões não ficam nos elogios ou críticas gratuitas. Ouvindo o autor, temos conhecido o processo de construção de cada livro e, a partir daí, pensá-lo em várias dimensões. A maturidade das obras tem levado a questões que transcendem os âmbitos sociais, literários e estéticos. 
Acompanhei o lançamento de mais de 70 livros nos saraus de SP durante esse ano, mas sei que ali não há espaço para problematizar minimamente essas publicações. Também tenho constatado uma super valorização (idealizada) da tradição oral em detrimento da escrita. Mas quem consome essa tal literatura marginal? Quem lê em SP?
Admito que esses encontros têm me tornado um escritor mais consciente do meu fazer. Estamos discutindo nosso tempo. As reflexões que surgem nos encontros do Ninguém Lê possibilitam pensar a literatura contemporânea independente com o pé no chão, levando os livros mais a sério, procurando dar a atenção que cada obra merece. 
“As obras poéticas são com frequência mais importantes, para o estudo de suas épocas, do que as mais fiéis narrações históricas. As últimas nos dão somente os elementos pessoais extraordinários e importantes, que são o menos permanente em seu efeito histórico; as primeiras, por outro lado, nos oferecem um panorama da vida diária das massas que é constante e permanente em seus efeitos, com duradoura influência sobre a sociedade. O historiador não relata estas cousas porque as supõe conhecidas e evidentes."
(citação de Kautsky extraída do livro "Os marxistas e a arte", de Leandro Konder)

Não pretendemos enquadrar as obras em termos academicistas nem reduzi-las a estereótipos, mas compreendê-las em suas virtudes e pecados (por que não?). O intuito é reverberar, instigar a leitura mais atenta. 
Pela disposição e fé no Ninguém Lê, agradecemos aos autores Emerson Alcalde - (A) Massa, Daniel Minchoni - Escolha o título, Rodrigo Ciríaco - Te pego lá fora e Fuzzil - Catturra.
Voltaremos no próximo ano com ainda mais força. Afinal, não basta lê; é preciso discutir. Vamos juntos!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Agenda Dezembro

6/12 - Lançamento do livro Tratado sobre o coração das coisas ditas no sarau Olhares Devassos (Rua Pamplona, 983) - 19h30 - Entrada gratuita.
7/12 - Segredo secreto.
8/12 - Lançamento do livro Tratado sobre o coração das coisas ditas no sarau Sarasta (Rua Antônio Helio de Azevedo Marques, 70) - 18h - Entrada gratuita.
9/12 - Mediação e apredizado no Ninguém Lê: Caturra - de Fuzzil (Avenida São João, 473) - 18:30 - Entrada gratuita.
10/12 - Intervenção no sarau Suburbano Convicto (Rua 13 de maio, 70) - 20h - Entrada gratuita.
11/12 - Intervenção no sarau Cooperifa (Rua Bartolomeu dos Santos, 797) - 20h - Entrada gratuita.
12/12 - Lançamento do livro Tratado sobre o coração das coisas ditas no sarau Magoma (Rua Andorinha dos Beirais, 413) - 20h - Entrada gratuita.
13/12 - Intervenção no Sarau da Praga e disputa da final do Menor Slam do Mundo (Vão livre do MASP) - 18h - Entrada gratuita.
14/12 - Segredo secreto.
15/12 - Segredo secreto.
16/12 - Intervenção na Parada Poética (Rua Rio Branco, 310 - Nova Odessa-SP) - 19h - Entrada gratuita.
21/12 - Encontro Hip Hop (Memorial da América Latina) - a partir das 12h - entrada gratuita.
22/12 - Meu aniversário e segredo secreto.

Ando, porque só o movimento é imperecível!
Vamos juntos!!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BH, bora!

(Parte da programação)
Depois de muita correria, hoje farei minha 1ª viagem com os parceiros do Sobrenome Liberdade. Vamos juntos com os Poetas Ambulantes fazer umas intervenções e várias trocas com o Coletivoz Sarau de Poesia e outros camaradas em Belo Horizonte-MG.
Estou feliz porque esse convite é fruto de uma caminhada INDEPENDENTE, RESPONSÁVEL E HONESTA COM NOSSAS UTOPIAS E AMIGOS.
Daqui a pouco embarcaremos e meu coração já tá na mão. Sei que essa conquista parece bobagem, mas pra mim, um retirante que chegou em SP sozinho, com um sonho na cabeça e pouca coisa além disso - essa é uma grande vitória!
Ser reconhecido pelo meu trabalho e poder chegar a novos espaços com pessoas que gosto e admiro... Eis tudo!
Gratidão a cada um que faz parte da minha vida.
Hoje não sou um cara feliz. Sou alguém que deseja o impossível - como sempre - porque a realidade é algo a ser reinventado.
Coragem!!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um novo Tratado

Próxima sexta-feira (15/11) lançarei a 2ª edição do meu primeiro livro, Tratado sobre o coração das coisas ditas, no sarau Verso em Versos. Vejaí se aparece!
O Tratado está esgotado a mais de um ano e estou feliz em poder reeditá-lo de forma independente - pra variar.
Esta nova edição conta com 7 ilustrações e poemetos inéditos de minha autoria, capa de Célio Luigi, texto de contracapa de Victor Rodrigues, projeto gráfico e diagramação de Marciano Ventura, posfácio de Jamil Alves e revisão de Damásio Marques.
Vamos juntos!
Sarau Verso em Versos:
Espaço Comunidade - Rua Domingos Marques 104 - Jardim Monte Azul

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

se eu tivesse meu próprio dicionário

Se eu tivesse meu próprio dicionário, ÁGUA seria vitamina pra sertanejo.
BOXE: luta cujo objetivo é atingir o adversário com as mãos. Vence quem sabe usar a cabeça e os pés.
BAHIA: um bar que não foi, fracassou.
CIÚMES: filme de ficção, com pelo menos 1 ator fantasma. Ou não.
DOUTOR: o que vem depois do dodói.
E o sonho da valsa? Forró.
FARDAS: roupas que guardam os homens na indiferença de seus empregos.
GAROA: chuva da gota serena.
HORAS: frações do dia que marcam a redundância nos relógios.
INVERNO são os outros - quando distantes.
JARDIM: um filhote de floresta, que ficou de castigo no quintal.
K: um esconderijo em forma de letra.
LOBISOMEM: um bicho de lua, que toda hora muda o status no Facebook e diz: #patiurua!
MONTANHA: um buraco que esqueceu de afundar e ficou assim, do avesso; um buraco pra cima.
MÃE: reticências, só por garantia de nunca acabar.
NAVIO: um peixe exibido, que não afunda nem nada. Só fica a ver.
ÓCIO: invenção de quem não tinha o que fazer.
PÓDIO é o centro da solidão.
QUER saber o contrário de beija-for? Judas!
RIACHO: um sorriso que foi encontrado.
SORVETE: alegria gelada, que funciona por até 5 minutos seguidos; e entristece se não for lambido.
TIVESSE meu próprio dicionário, SAUDADE seria uma escavação, que afunda a distância na gente até cair vírgulas do coração.
UMA dúvida: e o que é o amor, afinal, se não um pulo, um tiro - pra dentro do outro, no vento?
VENTO: o capacete do poeta.
WHISKY: uma cachaça feita na Escócia.
XADREZ: jogo de tabuleiro, que as pessoas estampam nas camisas.
YES, um sim que vem de fora.
ZERO:  um número carente. Precisa estar à direta dos outros para ter valor. 

[Fragmentos da série: se eu tivesse meu próprio dicionário - Ni Brisant]

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Parada Poética

A 8ª  “Parada Poética” ocorrerá nesta segunda-feira (28), às 19h, no Boteco Zara, em Americana (SP). O evento traz para essa edição o escritor Ni Brisant, autor dos livros “Tratado sobre o coração das coisas ditas” e “Para Brisa”. 
A “Parada Poética” tem por objetivo tornar o público protagonista do evento. Para isso, um microfone fica sobre o palco disponível para que os participantes do evento declamem poesias de forma livre. O sarau também conta com uma exposição fotográfica de Márcio Salata e trilha sonora feita por conta de Cícero Edno.
Com intuito de levar a poesia para os mais variados públicos, o evento distribui para os participantes os “#PinosPoéticos”, que são cápsulas que possuem poesias no interior e que podem ser compartilhadas entre as pessoas. O Boteco Zara fica na Rua Riachuelo, 508, Centro.
Parada
A “Parada Poética” teve estréia no mês de março, e desde o início, as edições acontecem uma vez por mês divididas entre as cidades de Nova Odessa (SP), Americana (SP) e Campinas (SP). O evento aconteceu também no Sesc de São Carlos (SP) e na 5ª Jornada Literária em Araçatuba (SP), onde percorreu escolas e unidades da Fundação Casa.
Fonte: Portal G1
Parada Poética será transmitida a partir das 19h através do link: Midia nuvem 
Nem pense em perder!

sábado, 26 de outubro de 2013

Diário de ventos

Hoje levei minha filha pra passear na Praça Benedito Calixto. Almoçamos juntos, brincamos, rimos e ela me chamou de feio publicamente. Depois velei seu sono. 
Hoje vi meus amigos na televisão. Pela primeira vez, vi uma matéria na tv e me dei conta que conhecia todas as pessoas apresentadas ali. 
Depois soube que muitas mães choraram ao ver seus filhos na telinha. Não paro de receber depoimentos de gente contando o quanto foi legal assistir à matéria do Sobrenome Liberdade no SPTV 1ª edição.
 Deu orgulho!
Hoje celebrei o 1º aniversário do sarau Pensamento, em Embu Guaçu. E foi uma alegria danada, porque participo deste sarau desde a primeira edição... É bom vê-lo firme, lindo, resistindo!
Foi importante viver hoje.
Vida, gratidão!

- Para assistir à matéria do Sobrenome Liberdade no SPTV 1ª edição, clique aqui.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mundo livre, vamos nessa!

Próximo sábado (26/10) será especial. Além da transmissão do Sobrenome Liberdade no quadro de cultura do SPTV 1ª edição da Globo, haverá a celebração do 1º aniversário do sarau Pensamento Negro e lançamentos de Para Brisa e 'Antes de ser um manifesto' lá, em Embu Guaçu. Borandar!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Por Camila Trindade

Mão esquerda empunhando uma flor, porque a coragem de lutar não precisa ser bruta, mas precisa ser precisa. 
A coragem é armadura, amor é armadura. Nas fragilidades para encontrar força, cada fim de texto é um renascer, retemperança do porvir e mais um tanto de coragem. 
Livro devorado pra expandir o espírito; pra alma não desbotar, lavada que está agora. 
Limpa pra se embrenhar nas esquinas da vida, espreitando as verdades dos alheios que se fazem dentro da gente.
Livro-espelho, pra gente se enxergar virando as páginas.
Gratidão pela destreza do dom, pela brisa que não para. Gratidão pela carta à Flora. Gratidão pelas palavras nas quais juntei pedaços meus. E pela leveza, que não é só, mas que é essencial. 
Livro livre do querer ser, livre sendo. Livro pra livrar e dar coragem.
Gratidão, Ni. Gratidão.

- Por Camila Trindade

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

das ilusões que convêm

dizia-se feliz mas era só míope.
*
antes que eu esqueça, saiba que não penso mais em você.
*
chato que era, jogava xadrez pra espantar o tédio.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bar é alvo de arrastão no Grajaú (SP)*

(Arma usada pelo bando para conquistar o público)
O Relicário Rock Bar, no Grajáu, zona sul SP, foi alvo de arrastão na noite de sexta-feira (13). Frequentadores confirmaram que sempre na primeira quinta-feira de cada mês, o bar registra uma ocorrência desse tipo. Porém, o arrastão se intensificou no último ano. "É impressionante a forma como o bando age, pega a gente de surpresa, por isso sempre voltamos aqui", disse o casal que preferiu não se identificar. 
Por volta das 20h, uma multidão invadiu o bar que fica na rua Manoel de Lima, 178, no bairro Jordanópolis, no Grajaú, zona sul de SP, e anunciaram - pasmem! -, poemas. Antes de ser um manifesto... antes de ser um manifesto..., diziam em voz alta para sequestrar a atenção das pessoas como se um relâmpago tivesse caído ali, diante dos olhos delas.
Segundo testemunhas que estavam do lado de dentro do bar, parte da multidão estava atenta a cada verso disparado no salão. Foram ouvidos muitos disparos e de vários calibres: falados, declamados, musicados, lidos, decorados, improvisados, atingindo em cheio várias pessoas, deixando marcas irreparáveis em algumas vítimas. Do lado de fora, parte da multidão assistiu tudo e, impressionada com a ousadia do bando, apenas comentava o que via. "No próximo, tomo de assalto o microfone também!", disse meio tímida uma menina para a outra.
Em cerca de quatro horas, todos os presentes se renderam por livre e espontânea vontade ao bando de poetas que pegou ligeiramente uma a uma as pessoas que estavam ali, principalmente as que estavam pela primeira vez. O bando foi feliz na ação, recolheu sorrisos, aplausos, abraços, livros e muitas dedicatórias.
Depois disso, com muita calma, o bando fugiu a pé, de ônibus, de trem ou metrô, prometendo voltar em outubro. A ousadia foi tanta que alguns se misturaram a multidão e ficaram lá até o bar fechar.
De acordo com as vitimas, não foi preciso chamar a polícia nem registrar boletim de ocorrência, porque ninguém se sentiu prejudicado pelo arrastão poético daquela noite. Muito pelo contrário. 
Toda a movimentação foi gravada pelas câmeras do SP Cultura, sob o comande de Alessandro Buzo. As imagens ajudarão na identificação do bando e propagar o arrastão em rede nacional.
Na saída, para comemorar o sucesso da ação, o bando saiu gritando pela rua Sobrenome Liberdade!, Sobrenome Liberdade!, fazendo com que todo mundo percebesse que cada um ali era cúmplice do assalto poético que acabara de acontecer.Acredite se quiser, porque essa história é baseada em fatos reais.


*Texto de Ruivo Lopes, publicado originalmente no blog Poéticas Políticas.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PRO CURA

Poeta é quem não se alinha, 
não quem escreve
(só).
Os amigos do Sobrenome Liberdade têm me ensinado mais valores do que anos de escola/faculdade. E há um, em especial, que sempre me surpreende. José Francisco de Souza (o Chicão) é dos caras mais tímidos que conheço. Tem mais medo de microfone do que de exame de próstata, acho. Um homem com o coração do tamanho de um Maracanã - lotado, claro. Chicão nunca declamou poesia, nem precisa. Sua alma está em tudo.
Um dia, logo no início do sarau, ele me chamou de canto e me entregou um poema de sua autoria. Disse que tinha escrito inspirado nos poetas do Sobrenome e que era pra eu ficar com aquele papel. Tentei convencê-lo a recitar, mas não teve jeito.
Hoje encontrei este papel e quero transcrever o poema do Chicão aqui. Afinal, ele não pediu segredo.

PRO CURA

Todos os dias eu mergulho dentro de mim
caço pérolas em minhas profundezas
e vivo na constante procura de um brilho,
um brilho que vi em meu coração
e que sorrateiro se escondeu não sei onde

Não canso, não descanso também
enquanto não me encontrar te encontrando
por isso sigo sempre mergulhando
mergulhando sempre me emu coração

Brilho fugido
não queira o eterno fugir
porque um dia hei de te encontrar
talvez escondido em minha mente
com o travesso medo de amar.

- Pra mim, alegria é ter gente sincera ao meu lado. Amanhã tem Sobrenome Liberdade. Amanhã é dia de viver mais!


terça-feira, 10 de setembro de 2013

1º aniversário Sobrenome Liberdade

(Capa: Célio Luigi)
O que tem acontecido no Sobrenome Liberdade durante este ano de resistência, não pode ser descrito num relatório, não cabe em notícias de jornal... Não há fatos a serem contados. Só poesia e Arte.
A próxima sexta-feira 13 será histórica. Celebraremos o 1º aniversário do Sobrenome Liberdade com o lançamento da antologia literária homonônima, que foi organizada por Damásio Marques e por mim.
Este livro Sobrenome Liberdade é uma publicação independente que reúne poesias, contos e crônicas de 40 escritores e imagens do sarau feitas por 3 fotógrafos (clique 
aqui para ver o nome dos autores).
Haverá microfone aberto para leitura e declamação de textos, sorteios de livros e CDs, varal de fotografias e Venda de livros, cds e camisetas. 
Além da apresentação das bandas: Além da Ponte, Apologia Groove, Couro Cabeludo Rock e Pensamento Negro.
O Sobrenome Liberdade é uma é uma iniciativa sem fins lucrativos e autônoma (sem apoio de instituições públicas ou privadas). Vamos juntos!


Percebo que nossa história envolve pessoas que nunca puderam chegar no sarau, mas colaboraram poderosamente nesta caminhada. Exemplo disso são os parceiros Felipe Fênix e Daniel Paiva (e todos manos da banda Infraaudio - Jacareí), Célio Luigi (Jundiaí), Flávia BarrosMixel Nogueira (e todos os insones da banda Vício Primavera - de Mogi das Cruzes), Marciano Ventura, Patty Oliveira, dentre tantos outros. 
"Estar perto não é (só) físico."
Eis aqui a película/convite que o Bruno Oliveira Lima produziu com zero grana e todo coração.


Quando: Sexta-feira (13/9), às 20h. Grátis
Endereço: Relicário Rock Bar
Rua Manoel de Lima, 178 - Bairro Jordanópolis/Grajaú

Contatos: contatolevante@bol.com.br

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

da anatomia do infinito

a ambição de toda alegria é tornar-se felicidade um dia. 
(Sobrenome Liberdade + ARTE - Fotografia: Muriel Xavier)

***
dentro 
é um lugar mutante.

***
A cara de mau esconde um banguela que perdeu o tempo de virar museu.

***
CIÚME: filme de ficção com pelo menos 1 ator fantasma.

***
Tamanha era a intensidade, que seus poemas tornavam-se turbilhões de si.

***
que haja agasalho pra tanto calor sufocado.

sentir frio é da pele. calor, do coração!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ARMADURA (Videoclipe)

Alguns dizem que fazer videoclipe custa caro, dá trabalho e nenhum retorno... que isso é coisa de músico, não de poeta. Ainda assim, a gente faz!
Pode parecer bobagem, mas acho importante isso de meter a cara, fazer uns impossíveis virar brincadeira. O incentivo aqui é único e exclusivamente do coração. Muito obrigado aos parceiros que fizeram junto.
Eis aqui o video clipe do poema ARMADURA, feito com verba zero e amor total!
se gostar, passe adiante. Coragem!


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ninguém Lê

Pessoas de várias regiões de SP reuniram-se hoje na Galeria Olido para trocar ideias sobre um livro. Sim, um livro. (A) Massa, obra de Emerson Alcalde foi posta à prova, degustada, exposta, virada do avesso... O que ficou deste encontro foi a sensação de que temos muito a aprender, a trocar, a ouvir. 
Há muita riqueza na nossa literatura. Não deixemo-nos banalizar.
Qual a vida de um livro? As pessoas levam a sério as obras que lêem? quem lê?
O NINGUÉM LÊ surge de várias questões. Mas não é objetivo chegar a respostas óbvias. Preferimos duvidar e ir construindo uma reflexão coletiva. Não para enquadrar nossos livros em estereótipos, mas para compreendê-los em suas virtudes, singularidades, belezas e pecados (pq não?).
Pensamos que publicar um livro é (ou deveria ser) um ato que envolve cuidado, zelo e muita entrega - dentre outras coisas, é claro. Daí não concebemos aceitar que este livro seja renegado às estantes, gavetas e cantos obscuros.
Todo livro é uma lápide, a menos que alguém o acorde - já disse Michel Yakini
Hoje nos encontramos para falar sobre um livro e todos voltamos pra nossas casas conhecendo mais sobre nós mesmos. A cena é nossa. Livramos!!
Muito obrigado Emerson Alcalde por aceitar nosso convite e fazer desta noite um movimento. Agradecemos a todos que chegaram junto e dividiram suas percepções, dúvidas, vivências, críticas.
Aos que foram apenas pra ouvir, nosso mais sincero agradecimento também. Mês que vem tem mais!

Vamos juntos!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sobre o iceberg que esconde vulcões

(Mostra Cultivo Hip Hop - Guaxupé-MG)
Sorvete é uma alegria gelada
funciona por 5m seguidos
e entristece se não lambido.

***
O lobisomem é mesmo um bicho de lua
toda hora muda o status no Facebook:
Partiu #Rua!

***
O inverno são os outros.
[Sartre em decomposição de contexto]

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ninguém lê - lançamento

Eu e o Victor Rodrigues (Projeto Praga) temos conversado muito sobre a necessidade de se discutir os livros produzidos e lançados nos saraus paulistanos. Acreditamos que estas obras possuem qualidade (e quantidade) suficiente para que possamos nos debruçar e refletir sobre elas. A partir daí, resolvemos criar o Ninguém Lê, um evento no estilo clube de leitura. O objetivo maior sabatinar o livro, saber a opinião, dúvidas, observações e críticas dos leitores.

Para dar início aos trabalhos, convidamos o livro (A) Massa, do escritor Emerson Alcalde
Não precisa ser especialista em literatura para participar. Basta ler e chegar junto!
Confira as palavras do nosso primeiro convidado sobre o que tá pra acontecer:
"A publicação de um livro independente é uma guerrilha que enfrentamos no front dos saraus da periferia na luta e na contra mão do mercado editorial. O bar se tornou o centro cultural mais ativo que a própria estrutura física de uma Casa de Cultura. A divulgação e democratização da literatura é uma proliferação de praga. Quase todas as semanas um lançamento. E quem lê esses livros? E o que pensam a cerca do que leram?
Percebendo essa ausência de debate aprofundado nas obras surge o projeto Ninguém Lê coordenado por, que ainda dizem serem meus amigos, Ni Brisante e Victor Rodrigues. Tenho a honra e a responsabilidade de abrir esses trabalhos. O máximo que recebo de retorno são comentários e geralmente pouco críticos. Mais do que analisar minha obra acredito que este exercício de reflexão será importante para cada leitor e ou escritor que vier com o intuito de pensar a literatura para além deste livro. Levantando problemáticas do conteúdo e principalmente da forma da (nossa) literatura periférica contemporânea.
Estarei presente, mas não para me defender e sim para ouvir e, se puder, também para colaborar apresentando elementos que possam corroborar com o debate.
Se ninguém leu, quem vai a este evento?
Evento: Ninguém lê
Livro: (A) MASSA poesias e dramaturgias, de Emerson Alcalde.
Dia 02/09, às 19h
Local: Galeria Olido, Sala vitrine."

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Procrastinação

(Para Célio Luigi)
O problema veio in meu nome
mas você sabe bem
problema chega sempre no plural
cobrando atenção, propina e dois terços do dia para ir embora.

Muros isolam janelas
onde mãos de óculos
trocam likes por remelas,
ócio e angústias por lucros
e eu dou tudo de mim para ficar de fora.

Passo 10 horas atrás de trincheiras públicas e privadas
e quando chego à cabeceira, minha favela particular,
sou assaltado por projeções que fazem do autoboicote um hobby, minha especialidade,
e quando enquadrado por deveres, agendas e cobranças ilimitadas
viro a ampulheta, desfaço contatos e conto até 3s para achar minha hora.

Dragões de Komodo usam pelúcia na Disney
James Brown distribui fones de ouvido nas lotações
enquanto vou me moldando a estes dias sem tempo
e, ainda que, as pernas trapaceem os planos de levar minha sorte a cabo
eu traço horizontes à frente de amanhã - vou com tud'agora.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Textículos soltos

Muita tristeza pra nenhum consolo.
pouco ganho pra tanto vazio.


***
O que te veste
despe alguém?


Tua força
levanta quem?



***
Para chamar atenção, fazia tudo. até se anular.

***
A mando de ninguém só amando.

***
O fracasso pode ser trampolim ou moradia.
Perigo é não ter mais onde fracassar.

sábado, 3 de agosto de 2013

No meu dicionário

Saudade é uma escavação
que afunda a distância na gente
e faz cair vírgulas do coração.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Agenda

27/7 (Sábado)
♦ Das 14 às 16h: Sarau Pensamento
End. Biblioteca Monteiro Lobato, no Centro Cultural 28 de Março
Praça Ivan Braga de Oliveira, S/N - Embu Guaçu - SP.
♦ Das 19 às 21h: Lançamento do livro Sinceros Insultos, do escritor Victor Rodrigues. End. Biblioteca Alceu Amoroso Lima
Rua Henrique Schaumann 777.


28/7 (Domingo)
♦ Das 17 às 20h: Sarau da Praga.
End. Ocupação Mauá, Rua Mauá, 340. Receberemos doações de livros, que ficarão para a comunidade. Quem puder, por favor contribua.
* Todas as atividades têm entrada gratuita e microfone aberto. Estão todos convidados.
Quem não luta, tá morto! (já diz meu amigo Ruivo Lopes)



quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eu acredito em livros

Eterno Contínuo salta das gavetas do cotidiano para dar voz a uma fênix em chamas, Lu’z Ribeiro. Neste livro de estréia, Lu’z apresenta poemas lapidados sob o ritmo frenético de Sampa, mas com a sensibilidade e força de alguém que não se deixa anular.Como água, suas poesias percorrem diversos temas, formas, perspectivas – tudo para testar os limites da linguagem, irrigar corações e fazer-se sentir. Sem a obrigação de dar ou fazer sentido, o intuito aqui é não ser silêncio, não por acaso.
Eterno contínuo é entrega, amor sem divórcios.
É Lu’z, do início ao todo.
***
Forjado a partir das percepções de um coração selvagem, Eterno Contínuo traz a poesia como redenção. Força, graça e transbordo de alguém que aprendeu a ler a vida, conhece intimamente o perigo, mas prefere o passo, ainda que no escuro, a ficar parado.
Sem cair nas ciladas das convenções sentimentais, Lu´z Ribeiro expõe as várias facetas de um eu-lírico atento, capaz de descer aos subterrâneos das paixões, provar seus  excessos, dissabores, cortes, contradições e gozos – eternos contínuos.

E é com essa propriedade de loba no cio, que ela instiga o leitor a experimentar (-se) até despertar um sexto sentido: a intuição.
Ao longo destas páginas, essa escritora da Liberdade desenvolve uma trama exemplar. Como se dissesse: “confio-lhe meu diário”, Lu´z vai dando pistas de seu mundo; suas palavras deixam de ser poemas para tornar-se confissões, desafios, denúncias, despedidas, risadas, abraços – eternos contínuos. Assim, essa leitura requer a intimidade que só um bom amigo – ou amante – pode oferecer.
Aqui, o bom senso é estratégia. Não há espaços para acasos. Cada verso tem a medida para o infinito.

Era para ser sonho
mas virou história
e não deixou mais de ser.

A poesia de Lu’z Ribeiro é o que restou daquilo que não pode ser contido, tudo que o silêncio não foi capaz de engolir. Entre a romântica e a reacionária, a ingênua e a engajada, esconde-se uma nebulosa, uma fêmea, um poema, um dia por vir.
Desabotoe os olhos e boa lida.
[Textos de apresentação e orelha do livro Eterno Contínuo, da escritora Lu'z Ribeiro por Ni Brisant]