domingo, 22 de fevereiro de 2015

Aos amigos da Zona Sul de SP

A partir do dia 24/2 iniciarei as aulas do curso de Empreendedorismo Social. Se conhece alguém (entre 15 e 17 anos) que more na região do Jardim Ângela chamae. O curso é profissionalizante, dura 8 meses e tem como referência os princípios da edução informal, pedagogia freiriana e muitas práticas de voos. Vai ser lindimais!

INSCRIÇÃO E CURSO GRÁTIS!
Aulas às terças e quintas, das 8h30 às 11h30 ou 13h30 às 16h30.

Local: Centro Para Juventude Ranieri
Endereço: Rua Seringal do Rio Verde, 41 - Jardim Ranieri (Zona Sul)
Telefone: (11) 58343062

Compartilhem e chamem os amigos.
#acreditonacultura #educarnós




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

considerações para meu ontem

uma hora (cedo ou tarde) a vida cansa de bater. e aí a gente decide se usa esse intervalo para reclamar, vingar-se, lastimar ou tentar ser feliz.
tô tentando, amor.
*
devo dizer sem risco de engano
que
os inimigos que conquistei até agora
são mais frutos das alegrias que cultivei
que 
dos pecados que cometi.
*
a morte nunca é opção até torna-se ordem.

(Marcio Salata)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

peito material de hamburguer

a constante crise na rússia
o eterno atraso dos cavaleiros do apocalipse 
o movimento elástico do dólar 
acidentes na hora do vai ou racha
só provam que o mundo imita a gente.

até agora
o retrato com seu novo amor tem 533 compartilhamentos
minhas amigas comentaram adjetivos bárbaros e demodês
e na maior sinceridade dei like 
e gastei uns minutos investigando seus olhos
e achei bonito mesmo
de doer
senti um remorso por não ter reparado antes essa sua pinta na orelha.

falo sobre jardinagem, tarô, muai thai, metalinguística
folclore, cocada, delacroix e fernanda takai
mas o assunto é sempre a gente
aliás.

É possível avistar horizontes olhando pra baixo?

agora sei não
olhando do céu
alguém avista
estrelas no chão.


bonito mesmo
de doer.

meu amor,
pare exatamente aonde está.
sua felicidade não me cabe.


(Cintia Santos)



Nitroglicerina

A arma, a palavra
pólvora de poeta
o ponto que dispensa
a reza que a vela faz
sem reticência
iconografia do Grande Sertão
Sarau mais que coletivo, tatuagem
ser que habita o meio,
o perigo e os ísmos e os irmãos
da terceira margem,
ao firmamento.
Monty Pitton brasileiro,
fez de oxente, ogiva
sua língua de sultão
E se ele tivesse seu próprio dicionário,
oxente seria ogiva
piriguismo de sultão
E se nenhuma flor
nascesse na primavera
plantaria o amor
seu peito, nordeste infinito,
onde os pássaros procuram abrigo,
adubaria com cachaça a terra.
Dá sua essência pra essa gente
pro caos se instaurar
boxe e ceia, rock'n roll, Roxanne,
foda tântrica na ponta da língua
dá nitroglicerina
seja sempre você
Essa forma humana de T.N.T


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Hoje tem Sobrenome Liberdade

✥ O desafio é resistir ✥ 

◢◣Traga seus amigos, seu amor, sua arte ◢◣ 
Muito mais que fazer poesia - queremos viver histórias dignas de serem lembradas. 
♝ Vamos juntoϟ ♝

★ Noite de autógrafos dos livros ★
┼ Ângela, um jardim no vermelho, de José Sarmento;
✥ Cravos da noite, de Willian Delarte;
► Te pego lá fora, de Rodrigo Ciriaco;
✿ Intervenção do poeta/causador: Daniel Viana e sua máquina de colher histórias. Trocando um causo por um conto.
♝ Varal e projeção de fotopoesias de diversos artistas; 
★ Distribuição gratuita de postais do Projeto Praga;
✥ Rifa de livros.

★ Nosso tempo é agora.
Chegue junto!

Quinta-feira (5/2), a partir das 19h30.
Grátis. Nós por nós!
Endereço: Relicário Rock Bar: Rua Manoel de Lima, 178

Curta a página do movimento: https://www.facebook.com/sobrenomeliberdad
Apoio Cultural: Relicário Rock Bar

♝ Esta é uma iniciativa totalmente independente (sem qualquer patrocínio da iniciativa pública ou privada).



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Sessão de fatos

Eu e o Victor Rodrigues estamos escrevendo microcontos a partir de fotos na Sessão de fatos do Facebook. Curta a página e envie uma foto sua in box. Daí escreveremos algo pra você. Simples assim. Segue um tira-gosto:

34 passos contados para meia volta e logo estarei invisível — pra variar. o segredo está no cruzamento. a trilha é mão única. bom sinal é o que lança fora.
troquei o sangue do teu aquário por 16g de solidão. deixei panelas na pia. encarei o abismo que nos cerca — nunca estaremos novamente tão expostos quando vestidos. 

(foto: Janaina Moitinho)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Bento

teu berço é abraço
teu passo evoé
o silêncio entre as notas da medulla
o espaço entre as casas do zodíaco
o vermelho entre os céus dos caninos
o polegar entre as maçanetas do coração
o suspiro entre as férias da Flora
entre.

e
se o tempo parar de brincar com seus cabelos
consulte as nuvens
conserte as nuvens
até que elas se tornem seu segundo sangue.

sagrado será todo caminho
que trilhar com amor
e coragem tamanha
que será capaz de apanhar sua própria alegria
onde antes era não.

espere nada dos sonhos.
habite-se.
o impossível não diz mas.

Bento, meu coração que pulsa fora do peito,
nunca é tarde para um café e um bom dia
sobretudo quando sonha
se
menos chão 
mais céu
sins.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Prefácio: Páginas envenenadas

O perigo mora dentro
Universal e particular, Páginas envenenadas é o itinerário para uma jornada de extremos, que dispensa passos óbvios e abusa de saltos mortais. Com sua poesia exclamativa, Guilvan Miragaya apresenta um eu-lírico em constante rota de colisão contra a inércia. Suas reflexões demonstram que não basta compreender o mundo e a vida, é preciso não se submeter, não se alinhar, não.
Os sonhos deste poeta levantam a bandeira de uma pátria em evolução, mas cuja identidade ainda é uma multidão em fuga, engenhosas peças da vida que vão além de perdas e lutas.
A partir de um canto da realidade, Miragaya cria enredos (aparentemente desconexos, mas sólidos) invocando figuras de sua saudosa infância, repleta de animais fantásticos e sonhos de caminhadas sem despedidas.
Intacto, escondido em todas estas páginas, está o sentimento mais elevado, aquele que não se detém no corpo. É preciso todo coração para compreendê-lo como a grande maravilha.
Nem beira do lago, nem mar: Lágrimas da garoa.
Nem chuva, nem garoa: água.
Nem ausência, nem distância: poesia.
É assim, utilizando notas do cotidiano e bebendo na fonte dos gigantes que o poeta humano circula por cenários improváveis, na tentativa de romper a fronteira entre uma vida cinza e raios dourados.
Tudo é ocupação. Este livro é rico em referências, a começar pelo título, que dialoga com O nome da Rosa, do italiano Umberto Eco.
Não é apenas um questionamento ao fim do dia. Páginas envenenadas é a coluna de um homem insubordinado, amiúde subversivo. O registro de um sujeito que não se contém nos atos, nem nas palavras.
Aqui está a alma de um homem em movimento. Igual um oceano, não há como atravessar este livro impunemente. O perigo mora dentro. A Liberdade também.
Enquanto houver chão para ir, não faltará céu para voar. Dê o primeiro passo.
Boa viagem!

- Ni Brisant