terça-feira, 11 de novembro de 2014

peão de obras

entrar no fim do 2º tempo
nome nunca consta na escalação
mas já é comum
cobrar escanteio
correr pra cabecear

e

fazer poesia é um exercício de guerra
escrever poesia é um drible no escuro

gol é mais que meta
obrigação

ainda assim

sobre conquistas sei dizer pouco
o verdadeiro desafio é não desistir


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

anatomia do despejo

nem tudo que reflete
é espelho
óculos escuros
não protegem a vista
de primeiro olhar
se ex
correr

amar
go
textura hostil

cuidado com quem não desejas

guardadas as dúvidas
duas antíteses
células tombos
dolly guaraná ou velha?
como se fala seu riso em latim?

adeus é mais

dê meia nota
apague a canção do vaso
lâmpada não ilumina ideias
só pinga

às vezes te amo
por quase dois beijos
e um milhão de realidades


qual seu ramone predileto?

domingo, 9 de novembro de 2014

VAMOS LIVRAR

Começa hoje a pré-venda do meu novo livro. O menor minidicionário das galáxias tem 78 poemas curtíssimos, que pretendem o lindo absurdo que é mudar o significado das palavras e do mundo (por que não?)
Se você se identifica com o que eu escrevo e quer fortalecer essa caminhada, adquira o livro na pré-venda. Como sempre, a publicação é independente e custa baratin: 14,99 dinheiros. E quem comprar agora ainda receberá um mimo exclusivo. A entrega/postagem será feita até o dia 24/11. 
Gratidão e vamos juntos!
O livro está disponível no site LiteraRua: http://www.literarua.vitrinapro.com.br/se-eu-tivesse-meu-proprio-dicionario-pre-venda


sábado, 8 de novembro de 2014

arma desamor

queria acreditar novamente
no poder esplêndido dos ioiôs
na magia dos bumerangues
na convicção do eterno retorno
na mística infalível da reencarnação
no rolê bate-volta
invariavelmente

eu queria acreditar
em você


mas contrariando a lógica das armas
a gente se distancia 

e
assim
aumenta o poder de destruição

longe
mata 

mais
(Foto: Marcio Salata)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

de dia

mar
nunca foi lugar para alcançar o chão

fácil rimar
raro amor

perdão
nunca foi demais
desde que
amém

gente é um só
no plural

diga
a senha é seta
e aponta pra qual portal?

o que te cobre
além
das nuvens
do provedor
é sal?


atire-se
alvo mira
o olho do cu do cão

respire
no fundo
é cheiro de tal.com

utensílios
todos
são
métodos de moer
nozes
e as gentes

cadê a zica
foi tomar café?
[arte e texto: Ni Brisant]