Faz alguns meses que conheci e passei a frequentar o Sarau do Buzo - Livraria Suburbano Convicto. Mas esse tempo já foi suficiente para perceber a dedicação e zelo com que os poetas e amantes da arte são recebidos. As diferenças são bem-vindas porque o respeito prevalece.
A limitação de espaço não é problema, pelo contrário, permite maior proximidade, mais calor. Assim támbém dá pra captar mais sentimento, sentir toda a grandeza das palavras. Nem precisa de microfone, é tudo olho no olho, é tudo verdade.
Localizado na região central de São Paulo, o sarau é realizado toda terça-feira, sempre promovendo lançamentos de livros, clipes, cds e muitos outros trabalhos de artistas independentes. E amanhã será o nosso dia, dia de lançamento do Tratado.
Estou muito feliz pela oportunidade de divulgar o meu trabalho nesse reduto de poetas admiráveis. Portanto, quero convidar cada um dos meus amigos para esse evento. Confiram o endereço no flyer abaixo e vamos juntos!
Vamos prestigiar esse sarau e mostrar a força da arte independente!!
segunda-feira, 23 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
O aprendizado nunca acaba
Tantas coisas aprendi de vocês, homens....
Aprendi que o mundo todo quer viver no alto da montanha,
sem saber que a verdadeira felicidade está
na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido
aperta com seu pequeno polegar pela primeira
vez o dedo de seu pai,
o tem amarrado para sempre.
Aprendi que um homem unicamente tem direito de olhar
outro hombre de cima para baixo,
quando o tiver ajudado a se levantar.
São tantas coisas as que pude aprender de vocês,
mas finalmente de muito não haverão de servir
porque quando me guardem dentro desta maleta,
infelizmente estaria morrendo....
(Trecho de poema de autor anônimo - Atribuído erroneamente a García Márquez)
Tenho ido a saraus, conversado com outros escritores e refletido sobre esse momento da cena artística/intelectual do país. Gosto de pensar que estamos vivendo uma ocasião especial, dias que serão recordados com saudosismo e alegria.
Foi com essa certeza no meu coração que na última sexta-feira (13/07) tive a honra de lançar o Tratado no Sarau LiteraRua. Foi muito intenso comungar a palavra ao lado de pessoas tão valorosas como Binho (Sarau do Binho), Grafite, Lu'z Ribeiro, Fuzzil, os camaradas do grupo Pensamento Negro, Batikis (Rapper De Alma), FabianoPujol (Suspeito-PR) e tantos outros "manos pontas de lança" presentes.
O aprendizado nunca acaba. Tudo que tenho visto e vivido nos últimos anos só me mostra que a cena é nossa, irremediavelmente. E o nosso tempo é agora.
Confira abaixo o video gravado na abertura do sarau:
quinta-feira, 12 de julho de 2012
O Tratado no Sarau LiteraRua
Próxima sexta-feira, dia 13/07, haverá o lançamento do Tratado no sarau LiteraRua.O avento contará com apresentações de "rappers", músicos, grafiteiros, poetas e educadores.
E então, vamos juntos?
Segue o endereço:
Rua Franci sco da Cruz Mellão 27, altura do 1001 da Estrada do Campo Limo, Horto do Ypê, no CDC Jardim São Januário
domingo, 8 de julho de 2012
As coisas que perdemos para o fogo
Nosso
amor deu lugar a um funeral,
que virou um piquenique no fim da madrugada
embaixo de um pé de lembrança
que se fez duro e saudável
ao dar luz a um jardim na capital de minha mãe,
de onde correu a história
de um sorvete vingativo
que lambia a gente
toda vez que era mordido.
Nosso amor deu lugar a um banco vazio,
que virou uma banda de jazz disfarçada de livro,
poema da esperança de 300 e tantos malditos não identificados,
manifesto recitado pelos meus manos e um tal bispo,
que coberto por legítima armadura poética,
atravessou a cidade todo cheio de vida, luz e rosas
para invocar nossos heróis em porões,
quintais, ruas, escolas e saraus:
redutos dos santos cidadãos comuns.
Nosso amor deu lugar a quatro mãos no bolso,
e perdeu a beleza que a distância havia lhe emprestado
ao beijar a boca daqueles perigos feitos para gozar;
sem a proteção do seu cuidado,
[que nunca mais será (só) meu]
nossos desencontros ganharam uma lógica
que só quem saiu por último pôde ver.
que virou um piquenique no fim da madrugada
embaixo de um pé de lembrança
que se fez duro e saudável
ao dar luz a um jardim na capital de minha mãe,
de onde correu a história
de um sorvete vingativo
que lambia a gente
toda vez que era mordido.
Nosso amor deu lugar a um banco vazio,
que
testemunhou uma ressaca sem razão
deixando na carne um gosto tão acre
que não coube na língua do mundo dizer;
quando os passeios deixaram de ser viagens
e não tivemos mais ritos de passagem para cumprir,
nossa história virou a lenda de um zoológico,
onde os animais estimavam os humanos
e, às vezes, só cobravam 10 centavos por foto.
Nosso
amor deu lugar a um tratado sobre o
coração,deixando na carne um gosto tão acre
que não coube na língua do mundo dizer;
quando os passeios deixaram de ser viagens
e não tivemos mais ritos de passagem para cumprir,
nossa história virou a lenda de um zoológico,
onde os animais estimavam os humanos
e, às vezes, só cobravam 10 centavos por foto.
que virou uma banda de jazz disfarçada de livro,
poema da esperança de 300 e tantos malditos não identificados,
manifesto recitado pelos meus manos e um tal bispo,
que coberto por legítima armadura poética,
atravessou a cidade todo cheio de vida, luz e rosas
para invocar nossos heróis em porões,
quintais, ruas, escolas e saraus:
redutos dos santos cidadãos comuns.
Nosso amor deu lugar a quatro mãos no bolso,
e perdeu a beleza que a distância havia lhe emprestado
ao beijar a boca daqueles perigos feitos para gozar;
sem a proteção do seu cuidado,
[que nunca mais será (só) meu]
nossos desencontros ganharam uma lógica
que só quem saiu por último pôde ver.
Quando
resgatamos as coisas que perdemos para o fogo,
depois que o tempo digeriu nossa 1ª morte
e choramos a mesma dor
por sentimentos distintos,
[para espanto geral]
nosso “era uma vez” deu lugar a um “volte sempre”
e o nosso amor virou uma história feliz.
depois que o tempo digeriu nossa 1ª morte
e choramos a mesma dor
por sentimentos distintos,
[para espanto geral]
nosso “era uma vez” deu lugar a um “volte sempre”
e o nosso amor virou uma história feliz.
sábado, 7 de julho de 2012
Muito mais que um livro
A última quarta-feira foi um dia digno de nota. De tudo que aconteceu naquela
noite, não esquecerei o apoio e carinho dos camaradas Cooperiféricos, nem a
presença de velhos e novos amigos que ignoraram a final da Libertadores e
fizeram questão de prestigiar o lançamento da 2ª edição do meu livro e o sarau.
Preciso dizer
que essa conquista significou muito pra mim, e que foi importante contar com
amigos tão estimados por perto. Também sei que houve aqueles que não puderam comparecer, mas nem por isso deixaram de enviar boas energias e torcer para que tudo desse
certo. Estar perto não é físico, mesmo. Quando a Flora crescer mais um pouco, quero contar sobre estes dias pra ela, direi que tive (e espero sempre ter) pessoas admiráveis ao meu lado.
Essa conquista só foi possível porque ainda existem pessoas verdadeiras, que acreditam no poder da cultura e conseguem enxergar o valor da arte independente.
Todos que adquiriram o meu livro fazem parte dessa vitória. E é bom que saibam que as páginas do Tratado escondem muito mais que um sonho meu. Elas estão carregadas com as expressões de artistas imprescindíveis e suas perspectivas bonitas e valiosas.
No fundo, o Tratado não é um livro só meu. Ele pertence a cada um que ajudou a compô-lo, quem o leu e foi capaz de compreender a sua essência. A arte só é uma virtude quando é generosa, quando permite dividir-se. Por isso o Tratado é nosso.
Sabe, tem
muita coisa acontecendo em minha vida nesse momento. Estou realizando sonhos que eu nem ousava
revelar, conhecendo heróis e caminhando com eles. Mas não me deixo deslumbrar,
continuarei batalhando por dias ainda melhores para mim e todos aqueles que estão comigo.
Muito obrigado, de coração!
Muito obrigado, de coração!
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