sábado, 30 de março de 2013

Agenda

Retornarei ao Barreiro (Bahia) na próxima semana. Tou ansioso. Este é um momento muito importante de minha vida e será bom voltar pros meus. Faz mais de dois anos que não abraço minha mãe, não converso com meus primeiros amigos, enfim, não encontro minha terra.
(Fotografia: Andressa Santos)
Aproveitarei a viagem para apresentar o meu trabalho em alguns saraus e escolas na Bahia. Assim que tiver a relação completa desses lugares, informarei aqui.

Aos parceiros de Sampa, segue agenda de lançamentos de Para Brisa:

Sarau Espaço Comunidade: 20 de abril, às 18h. Endereço: Rua Domingos Marques 104.

Sarau Cooperifa: 24 de abril, às 21h. Endereço: Rua Bartolomeu dos Santos, 797.

Sarau A plenos pulmões: 4 de abril, às 19h. Casa das Rosas: Endereço: Avenida Paulista, 37.

Coragem!

domingo, 24 de março de 2013

Para Brisant*

Entretenimento e reflexão. Essas duas palavras frequentemente permeam os textos críticos sobre as artes. Como aliar reflexão e entretenimento? Existe essa possibilidade? É difícil, mas a verdade é que existe. No cinema, só para citar o que primeiro me vem à cabeça, Fellini e Chaplin o fizeram com maestria.
Comentava outro dia – reluto em usar a primeira pessoa, mas esse texto exige – com o próprio autor sobre essa qualidade que “Para Brisa” possui. Podemos degustá-lo numa simples viagem de ônibus ou na sala de espera do dentista e ainda nos debruçarmos numa análise da sua riqueza como produto literário. A seção “Para-choque”, por exemplo, diverte justamente pelos jogos de palavras utilizados, na simplicidade revela-se o conhecimento da língua – árduo trabalho do poeta.
Na carta-crônica “Amizade”, Ni explora outra grande questão abordada pela crítica: ao tratar do tema local, utilizando a repartição onde trabalha, toca numa questão universal, a necessidade de se enxergar a humanidade pelo olhar humanista, algo que deveria ser óbvio; mas não é.

Deixando um pouco a literatura de lado e já que quebrei o protocolo e utilizei a primeira pessoa, vou falar um pouco do autor. Conheci esse cara nos bancos de uma Universidade. Éramos da turma do fundão e, nossa identificação foi imediata. Lembro-me de nossos intervalos regados à cerveja que rendiam, na volta, grandes discussões sócio-literárias. Desde então, nossa amizade se estreitou cada vez mais, “o cara freqüenta minha casa” e posso provar que tudo que há na sua escrita faz realmente parte de sua vida – o que necessariamente não precisa acontecer. Sim. O Ni é assim, pensamento, coração, sentimento. Inquieto, prolífico e suas relações são intensas.

Para voltar à obra e para terminar, a literatura de Ni Brisant chega à fase adulta mostrando que tem o que já se cobrava na busca de uma literatura nacional, nas palavras de Machado, “o sublime é simples.” 

* Texto do parceiro Damásio Marques, escrito e 'publicado' na ocasião de lançamento de Para Brisa no Sarau Sobrenome Liberdade.

terça-feira, 19 de março de 2013

Impressão


Recentemente escrevi uma crônica sobre a impressão causada por minha primeira leitura de Clarisse Lispector. Que era uma leitura saborosa, que chegava até ser difícil terminar uma frase, pois a genialidade da autora era como um doce dos mais saborosos à desmanchar-se em minha boca. 
(Daniela Santos)
Achei que dificilmente me depararia com outra obra que me causasse impressão semelhante, assim tão cedo. Então, começo a ler "Para Brisa", do poeta Ni Brisant, com a mesma água na boca...E era difícil terminar um poema e partir para o próximo...Até mesmo, abandonar um verso e ler outro.
Poeta, até mesmo mais que outros artistas tem muita dificuldade em admitir o talento de outro poeta. E as vezes, fica aquela sensação de "ninguém curtiu". Mas como guardar essa sensação deliciosa causada por "Para Brisa", só para mim? 
Mais que um livro... Uma experiência prazerosa, como a declamação do primeiro poema em um palco...Como a penetração da primeira vagina.
Cometi uma gafe, ao desejar à Ni Brisant que fosse o primeiro de muitos. Depois vi que se tratava já de seu segundo livro. Mas o importante é que foi o "meu primeiro livro de Ni Brisant"..., E, sim...Que seja o primeiro de muitos. Muito obrigado, poeta.

- Texto do poeta André Diaz.

segunda-feira, 18 de março de 2013

AS ROUPAS DO REI*

É, guerreiro,
é mesmo tipo assim
como nascer pra fora de si
trocar de pele
mudar as paredes de casa

essa coisa de existir
ser artista, essa coisa

é sempre tipo assim
sem regresso
liberdade sem sobrenome
chama convicta que se abrasa
tipo uma galinha,
manja?

ela nunca reclama da inutilidade
das suas asas.

*Poema de Willian Delarte publicado em Delarte.