quinta-feira, 22 de março de 2012

Amigo é para tudo

Há uma hora em que nos damos conta de certas coisas, a vida ganha outros sentidos e passamos a enxergar certas verdades – óbvias para aqueles que têm algum distanciamento dos fatos – mas ignoradas por nós mesmos.
Como numa revelação espiritual, hoje eu vi todos os meus amigos e descobri com quem eu realmente posso contar. Que descoberta perigosa!
É fascinante constatar como estou cercado de gente talentosa, com mil sonhos nas mãos e toda disposição na cabeça.
É bom saber que não estou sozinho, mas melhor ainda é acompanhar e, sempre que possível, contribuir com o sucesso e crescimento de pessoas que estão em busca de dias melhores. Porque amigo é para tudo!
Quero agradecer principalmente a cada um dos parceiros que têm colaborado com a divulgação do Tratado sobre o coração das coisas ditas e do Sobrenome Liberdade. Estejam certos que também podem contar comigo!
Produzir e disseminar Arte independente é para os intrépidos, para quem ama verdadeiramente o que faz.
Eu acredito que precisamos deixar a vaidade e orgulho de lado (se houver) e nos unir ainda mais. Juntos, iremos ainda mais longe.
Deguste (e espalhe) a declamação do poema "Outro grito na madrugada", por Fernando Bispao.
Coragem!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Imaginado Efeito

Fugindo do convencional, a Imaginado Efeito Store está no ar!
Não, esse não é um post patrocinado ou coisa que o valha. Faço questão de registrar aqui o lançamento ocorrido ontem (18/03) da loja virtual da artista Flávia Barros, responsável pelo design do Fanzine Sobrenome Liberdade e uma das ilustradoras do meu livro, Tratado sobre o coração das coisas ditas.
Tenho acompanhado de perto a luta e empenho que a Flávia tem dedicado a essa loja, mas agora que vi o resultado, estou ainda mais confiante no seu sucesso.
Utilizando material de alta qualidade, a loja oferece quadros feitos no azulejo com acabamento em moldura de madeira.
Todas as peças contam com ilustrações originais, criadas e desenvolvidas pela própria artista.
Mas há ainda a possibilidade de personalização, caso você tenha uma imagem/fotografia e queira reproduzi-la em quadrinhos de azulejo. Uma alternativa autêntica e bonita para "imaginar e fazer" a arte que você quiser ou presentear alguém querido com um mimo diversificado em uma data especial, por exemplo.
As influências marcantes do Pop e vintage dos quadros dão um aspecto divertido e audacioso ao ambiente. Tanto na parede ou na superfície o seu espaço ficará com um astral surpreendente.
Dê uma passadinha por lá e fique à vontade: Imaginado Efeito Store
Últimos exemplares do Tratado
Além dos quadros, a Imaginado Efeito está distribuindo os exemplares do "Tratado".
Não farei mais tiragens, nem publicarei outras edições do livro, portanto, essa é a última oportunidade para adquiri-lo. Aproveite!
O melhor é que o livro e todos os demais produtos da loja têm frete grátis e podem ser pagos através de cartão de crédito (Visa, MasterCard, Diners, American Express, Hipercard, Aura), débito online, boleto bancário, transferência eletrônica ou saldo PagSeguro. E ainda via depósito em conta corrente do Banco Itaú.
Amigos, Imaginado Efeito é muito mais que uma grife. É Arte para quem tem requinte, bom gosto e estilo!
Para quem gosta de produtos exclusivos, diferenciados e por um preço bacana, fica a dica!
Evoé!

domingo, 11 de março de 2012

Um tal eu

Meus sentimentos são muralhas tão fortificadas que eu mesmo raramente ouso transpôr.
(Flávia Barros - Guessed)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Não-lugar

Se você escreve, desenha ou tem alguma arte que "cabe no papel", então vamos fazer juntos o Sobrenome Liberdade. 
Aqui você é livre para mostrar suas ideias e colaborar com a construção de um mundo mais plural, mais bonito.
A 2ª edição do fanzine está aberta para a sua participação. Envie o seu material até o dia 25/02 para: contatolevante@bol.com.br e mude de sobrenome!
Aqui, no não-lugar, não ocupamos espaço definido, somos tudo e nada (na maioria das vezes, nem somos).
Possibilidades duvidosas se apresentam na superfície desta tela, onde podemos trocar ideias, nos esconder ou mostrar a cara e dizer a que viemos. Não se deixe anular!
Inspire-se na 1ª edição: Levante Cult.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Grafite, coletividade e outras utopias

O grafite está tão presente nas grandes cidades que até parece que ele já nasceu assim, com esse ar moderno, cool e urbano. Mas não se deixe enganar pela marra e tatuagens transadas de alguns pichadores que circulam por aí pagando de "eu sou terrível". Perto dos pompeenses, o povo antigo que mais fez uso do grafite, eles parecem membros de uma boy band qualquer.
"Lerás, muitas vezes, em todas as paredes e em todas as colunas, muitos grafites escritos por muitas pessoas." Assim foi descrita a intensidade e a frequência do grafitismo em Pompéia, cujas paredes registram cerca de uma inscrição por adulto, homens e mulheres, livres e escravos, representados em dez mil inscrições. Basicamente como nos dias atuais, embora numerosíssimas, estas manifestações eram constantemente apagadas pelos dealbatores (literalmente: "que tornam a parede branca") que liberavam os muros... para novas inscrições!
A maioria dos grafites era feita no anonimato, isso quebrava a hegemonia dos meios de comunicação social por parte das elites e impossibilitava qualquer forma de censura ou limitação. Em outras palavras, o povo exercia uma ampla liberdade de expressão, algo completamente desconhecido das sociedades contemporâneas. Este caráter público do grafite possui traços únicos no contexto da criação cultural popular.
(Flávia Barros - 2 + 2)
A obtenção do graphium (ponta com que se escrevia em superfícies duras traçando um sulco) era fácil, mas este material permitia apenas a elaboração de pequenas inscrições, ao passo que as inscrições pintadas (tituli picti), eram, na maior parte, feitas por grafiteiros remunerados.
O grafitismo de Pompéia também é caracterizado pela construção de trabalhos coletivos: obras que eram constantemente modificadas, ganhando novas formas e significados através da intervenção dos transeuntes. Tudo isso para retratar a vida real, os combates entre gladiadores, suas necessidades imediatas, paixões e desafetos.
Arte é sempre uma conexão com o infinito, com algo que vai além da nossa existência fugaz. Talvez isso sirva um pouco para explicar toda a volúpia daquele povo em querer registrar suas vidas nas paredes, em insistir em fazer parte de algo maior. Através do grafite, eles ousaram transformar os muros que os prendiam em uma imensa tela, um céu pintado a mão, com todas as cores e traços do universo. Se deram conta de que todas as prisões, grades e muros escondem uma certa porta, uma gigantesca passagem para a liberdade, porque às vezes não é preciso destruir as barreiras para seguir adiante, basta ter imaginação e coragem para usá-las a nosso favor.

* Publicado em: Megalozebu e Acajutiba News.
**Texto de referência: Cultura Popular na Antiguidade Clássica, de Pedro Paulo Funari.