quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vaso no chão - Video

Vaso no chão

Ainda que eu pareça não saber,
conte-me suas dúvidas
e descobrirá que penso igual.
Meu coração voraz
suportará tudo
que vier de nós.
 
 
Os corpos foram estendidos
na forma de vultos nômades
além da matéria pronta
quando tua luz subornou minha visão
tonando-a sua amante mais infiel
esta fiscal desonesta da bravura.

Nas noites em que formos dois
e nos permitirmos ser mais,
a vida não passará em vão.
Nosso mundo não acabará
quando o final chegar triste
e quase morrermos por nada.

(Video produzido por Branca Freitas)

domingo, 1 de abril de 2012

O Tratado na voz de Fernando Bispao

Deguste a poesia "Tratado sobre o coração das coisa ditas", extraída do livro homônimo, na voz de Fernando Bispao.

(Tratado sobre o coração das coisas ditas, na voz de Fernando Bispao)

Gravação realizada na Escola Municipal do Morro Grande, em São Paulo/SP, sob a produção de Israel Neto, do projeto Aperte o play na poesia.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Homenino*

Não sei dizer quando nem onde me tornei Ni Brisant. Conta-se que num 22 de dezembro dum 85 escaldante, mesmo sentindo as terríveis dores do parto, uma certa Maria caminhou 10 quilômetros para dar luz e sentido a Nivaldo Brito dos Santos, um tal eu.
Quinto filho de seis, cresci no Barreiro, um povoado com menos de cem moradores, sem energia elétrica, igrejas, puteiros ou qualquer outro símbolo da nossa civilização. Um lugar com homens que cobriam irmãs e animais (não necessariamente nessa ordem) e viravam lobisomens na quaresma, fazendeiros que faziam pacto com o diabo e davam almas e dentes em troca de gado e terra – daí a moda entre os ricos de combinar a dureza de coração com o ouro da dentadura.
A infância passou ligeira, sem que eu pudesse guardar na memória nenhum fato extraordinário, além da morte do velho Zé de Chica, cujo velório teve muita bebida e nenhuma lágrima.
Guardei também a lembrança da primeira vez que tomei água gelada, daquele domingo em que assassinaram a minha galinha de estimação e serviram seu cadáver com arroz e farinha de mandioca; por fim, não esqueci das vezes em que fiquei internado para tratar minha anemia e, por gostar tanto da vida no hospital, não quis mais voltar para casa.
Já a entrada na escola veio acompanhada de uns eventos que o meu corpo ainda não conseguiu superar totalmente: meu coração chorou o divórcio de meus pais, minhas mãos e pernas foram marcadas pela palmatória do professor Pedro José e, minha alma – não sem sofrimento – aprendeu a decifrar livros. E a palavra se tornou minha pátria, arte e coração.
A palavra me salvou!

(CONTINUA)
* Texto também publicado no site Acajutiba News.

domingo, 25 de março de 2012

Defesa

Escrever é, antes de tudo, um duelo com o impossível. E a minha escrita é uma arma contra as datas de vencimentos.
(Tratado sobre o coração das coisas ditas)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Amigo é para tudo

Há uma hora em que nos damos conta de certas coisas, a vida ganha outros sentidos e passamos a enxergar certas verdades – óbvias para aqueles que têm algum distanciamento dos fatos – mas ignoradas por nós mesmos.
Como numa revelação espiritual, hoje eu vi todos os meus amigos e descobri com quem eu realmente posso contar. Que descoberta perigosa!
É fascinante constatar como estou cercado de gente talentosa, com mil sonhos nas mãos e toda disposição na cabeça.
É bom saber que não estou sozinho, mas melhor ainda é acompanhar e, sempre que possível, contribuir com o sucesso e crescimento de pessoas que estão em busca de dias melhores. Porque amigo é para tudo!
Quero agradecer principalmente a cada um dos parceiros que têm colaborado com a divulgação do Tratado sobre o coração das coisas ditas e do Sobrenome Liberdade. Estejam certos que também podem contar comigo!
Produzir e disseminar Arte independente é para os intrépidos, para quem ama verdadeiramente o que faz.
Eu acredito que precisamos deixar a vaidade e orgulho de lado (se houver) e nos unir ainda mais. Juntos, iremos ainda mais longe.
Deguste (e espalhe) a declamação do poema "Outro grito na madrugada", por Fernando Bispao.
Coragem!