Começa hoje a pré-venda do meu novo livro. O menor minidicionário das galáxias tem 78 poemas curtíssimos, que pretendem o lindo absurdo que é mudar o significado das palavras e do mundo (por que não?)
Se você se identifica com o que eu escrevo e quer fortalecer essa caminhada, adquira o livro na pré-venda. Como sempre, a publicação é independente e custa baratin: 14,99 dinheiros. E quem comprar agora ainda receberá um mimo exclusivo. A entrega/postagem será feita até o dia 24/11.
Gratidão e vamos juntos!
O livro está disponível no site LiteraRua: http://www.literarua.vitrinapro.com.br/se-eu-tivesse-meu-proprio-dicionario-pre-venda
domingo, 9 de novembro de 2014
sábado, 8 de novembro de 2014
arma desamor
queria acreditar novamente
no poder esplêndido dos ioiôs
na magia dos bumerangues
na convicção do eterno retorno
na mística infalível da reencarnação
na convicção do eterno retorno
na mística infalível da reencarnação
no rolê bate-volta
invariavelmente
eu queria acreditar
em você
em você
mas contrariando a
lógica das armas
a gente se distancia
e
assim
aumenta o poder de destruição
a gente se distancia
e
assim
aumenta o poder de destruição
longe
mata
mais
mata
mais
(Foto: Marcio Salata) |
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
de dia
mar
nunca foi lugar para alcançar o chão
nunca foi lugar para alcançar o chão
fácil rimar
raro amor
perdão
nunca foi demais
desde que
amém
nunca foi demais
desde que
amém
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Anatomia da morte
talvez um dia eu fique em casa
escrevendo.
da minha poltrona
denunciarei todas as injustiças
agitarei greves incêndios
revoluções
talvez um dia eu fique em casa
só escrevendo.
do meu jardim secreto
serei o poeta do povo
tramando contra o rei
apontarei as falhas do sistema
promoverei lutas boicotes
assassinatos – até
talvez um dia eu fique em casa
só escrevendo.
e receberei títulos
homenagens prêmios mil
e usarei troféus como decoração
e serei o representante de minha gente
escrevendo.
da minha poltrona
denunciarei todas as injustiças
agitarei greves incêndios
revoluções
talvez um dia eu fique em casa
só escrevendo.
do meu jardim secreto
serei o poeta do povo
tramando contra o rei
apontarei as falhas do sistema
promoverei lutas boicotes
assassinatos – até
talvez um dia eu fique em casa
só escrevendo.
e receberei títulos
homenagens prêmios mil
e usarei troféus como decoração
e serei o representante de minha gente
e...
nesse dia
nesse dia
serei só um escritor.
(Foto: Laura Helena) |
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Anatomia do vento*
nas veias de um abraço
descobri meu itinerário 1º
que contramão
acima do bem e do mar
o público é alvo
amor livre é um pleonasmo
antes tarde
do que amanhã
fones ilhas
histórias curtas arrastam tímpanos
e para não ser mosaico de uma peça só
construo um aeroporto em cada queda
coração capaz de respirar longe do sangue
aprendi a decorar vazios
miro vikings em cada tapa-olho
estranho e joia
uma imagem vale mais que a fotografia
rua sem saída é a terra pró metida
sonho ser a cor que diz pensa legendas
gole que traz luz aos joelhos
entre achados e vencidos
o amor pertence a quem se dá.
*texto publicado originalmente na Antologia doburro - organização:Daniel Minchoni
Assinar:
Postagens (Atom)