terça-feira, 4 de novembro de 2014

Anatomia do vento*

nas veias de um abraço
descobri meu itinerário 1º
que contramão
acima do bem e do mar
o público é alvo
amor livre é um pleonasmo
antes tarde
do que amanhã

fones ilhas
histórias curtas arrastam tímpanos
e para não ser mosaico de uma peça só
construo um aeroporto em cada queda
coração capaz de respirar longe do sangue

aprendi a decorar vazios
miro vikings em cada tapa-olho
estranho e joia
uma imagem vale mais que a fotografia
rua sem saída é a terra pró metida
sonho ser a cor que diz pensa legendas
gole que traz luz aos joelhos
entre achados e vencidos
o amor pertence a quem se dá.


*
texto publicado originalmente na Antologia doburro - organização:Daniel Minchoni

2 comentários:

  1. Rapaz! Meus parabéns! Que palavras fortes, belas e cheias de sentido.
    Conheci teu trabalho em meio ao turbilhão xenófobo dessas últimas eleições, através, vejam só, de uma paulista!

    Sou baiano também, exilado aqui em São Paulo, rs.
    Abraços camarada, e continue com esses textos maravilhosos. Você nos faz sonhar!

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    Respostas
    1. Salve Fernando!
      Bom saber que a poesia fez sentido aí, cara. de verdade!
      Um grande abraço e borandar.

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