quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

de aniversário

tivesse meu próprio dicionário, hoje, ele seria um vestido de noiva com barba postiça de lã ao invés de grinalda. uma carta de suicídio arrependido, uma desistência, ou bilhete de formatura escondido e editado na memória, 18• edição, revista e ampliada. tivesse meu próprio dicionário seria uma maratona de marcha atlética de costas, um pouso dum pássaro num convite pra despedida de solteiro. seria uma bandeira de guerra, um novo tratado de tordesilhas, a tal reforma agrária. que começa pela reforma ortográfica. que começa nas ruas. e vira hino de revolução. tivesse meu próprio dicionário e hoje ele seria peito aberto, declaração universal de direito à liberdade humana. seria aquela canção do itamar com o jards ainda escondida. seria pedra pingente. seria descompostura. capacete de astronauta. tivesse meu próprio dicionário ele seria coragem, romário e seu emprego novo, seria todas as cartas sementes plantadas na flora brasileira, seria montanha, jardim. seria reticências, pra modo de nunca acabar.
em homenagem ao amigo Nivaldo Brito Dos Santos, o ni brisant.
tivesse meu próprio dicionário, plágio sincero seria homenagem, declaração de amor.
- por Daniel Minchoni



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Entrevista - Cabine Cultural

Foi publicada hoje a entrevista que cedi ao colunista da Cabine Cultural, Elenilson Nascimento. Bem legal. O cara investigou minha caminhada e chegou com perguntas pertinentes; daí pude falar um pouco sobre minha escrita, desafetos, amor e outras lanças. É cada vez mais raro ter a oportunidade de falar sobre ações culturais independentes em periódicos/mídias na espontaneidade, sem cobrança de jabá. E como eu me recuso a pagar (aliás, falta grana mesmo), o espaço é pouco. Entendo que meu caminho é outro. Sem neura.
Agradecido pelo respeito e seriedade com que tratou meu trabalho e pessoa, Elenilson. Aqui o linq para leitura na íntegra: Entrevista Ni Brisant


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

tempos ultrapassados

a cada 15min
a cada 4seg
agora
Thaís atualiza a rede.


- Thaís, ainda não foi dessa vez.
a rede continua vazia.
*
foram felizes.
até o momento em que mudaram o status
no facebook.
*
só peço adeus

nunca tchau.
(foto da leitora/modelo: Rafa Cristina)



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Razão

escrevo para viver o dia
em que terá menos gente
na depressão do shopping center
que na aventura de uma livraria.


na luta 
respeito a importância
dos ossos, dentes, sangue e suor.
mas ei
não seria luta se não houvessem sonhos.


eu não escrevo para dar voz aos oprimidos.
eu sou um deles; e estou aqui. 
minha gente nunca calou-se.
meu povo só nunca foi ouvido.


Não é a guerra que me faz lutar

compreenda
só defendo o que me faz melhor
meu sonho não é um status, um lugar

minha palavra ainda procura seu papel