sábado, 7 de julho de 2012

Muito mais que um livro

A última quarta-feira foi um dia digno de nota. De tudo que aconteceu naquela noite, não esquecerei o apoio e carinho dos camaradas Cooperiféricos, nem a presença de velhos e novos amigos que ignoraram a final da Libertadores e fizeram questão de prestigiar o lançamento da 2ª edição do meu livro e o sarau.
Preciso dizer que essa conquista significou muito pra mim, e que foi importante contar com amigos tão estimados por perto. Também sei que houve aqueles que não puderam comparecer, mas nem por isso deixaram de enviar boas energias e torcer para que tudo desse certo. Estar perto não é físico, mesmo.
Quando a Flora crescer mais um pouco, quero contar sobre estes dias pra ela, direi que tive (e espero sempre ter) pessoas admiráveis ao meu lado.
Essa conquista só foi possível porque ainda existem pessoas verdadeiras, que acreditam no poder da cultura e conseguem enxergar o valor da arte independente. 
Todos que adquiriram o meu livro fazem parte dessa vitória. E é bom que saibam que as páginas do Tratado escondem muito mais que um sonho meu. Elas estão carregadas com as expressões de artistas imprescindíveis e suas perspectivas bonitas e valiosas.
No fundo, o Tratado não é um livro só meu. Ele pertence a cada um que ajudou a compô-lo, quem o leu e foi capaz de compreender a sua essência. A arte só é uma virtude quando é generosa, quando permite dividir-se. Por isso o Tratado é nosso.
Sabe, tem muita coisa acontecendo em minha vida nesse momento. Estou realizando sonhos que eu nem ousava revelar, conhecendo heróis e caminhando com eles. Mas não me deixo deslumbrar, continuarei batalhando por dias ainda melhores para mim e todos aqueles que estão comigo.
Muito obrigado, de coração!












terça-feira, 3 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Deixe Explodir

Antes do ecletismo virar regra, o gosto musical dizia muito sobre a personalidade de um sujeito, servia como código de comportamento e ditava a postura de determinados grupos. Música era identidade, espécie de passaporte para circulação entre zonas e tribos. Mas como a massificação é uma linda meretriz sifílica no cio... A indústria do consumo simplificou as ideologias bastardas, resumiu a estética da rebeldia a uma camiseta estampada e ao ‘jeans que já vem rasgado de fábrica’. “Resumo” tornou-se a palavra de ordem destes dias. Mesmo assim, uma lista de música continua sendo o mais honesto curriculum vitae que se pode construir. Ou não.
O “rock” tornou-se mais uma daquelas palavras velhas e ridiculamente audaciosas. Embora viva ameaçado de perder seu sentido original e, a um passo de tornar-se mais uma expressão artificialmente produzida, como tem acontecido com AMOR, LIBERDADE, JUSTIÇA... O excesso de uso (indevido) vai desgastando, confundindo a essência da vida até deixá-la oca, sem cor, sem coração. A vida está sempre em xeque.
Mas pera lá, esse texto também é um resumo. É sobre um concerto, um verdadeiro show de rock´n roll. Vamos ao recheio!
Eu não disponho da combinação paciência-tempo-grana-fígado para ir aos shows que gostaria. Ainda assim, dia desses me permiti essa façanha. Naquela tarde de domingo, que tinha tudo para ser só mais uma despedida do final de semana, testemunhei algo raro, daqueles momentos dignos de serem contados. O show era grátis, mas fez valer cada segundo, cada pulsação.
Você pode imaginar o tamanho da desonra e do alívio de um boxeador nocauteado?
Consegue imaginar o êxtase e o desespero que se passa no coração de uma águia ao conquistar o seu primeiro vôo?
(Couro Cabeludo Rock)
É capaz de enxergar a beleza e o horror que se esconde no desenho que uma folha grava no céu ao se desprender do topo da árvore?
Pois bem, o som da Couro Cabeludo Rock é assim, tão sublime, extremo, contraditório e necessário tanto quanto tudo isso. Para sentir essa energia bastam dois ouvidos que funcionem. Mas para compreendê-lo, você vai precisar de um coração indomável.
Bandas como Ramones, Nação Zumbi, Runaways e tantas outras já tocaram de graça em bares sujos e para um público que dava para contar nos dedos da mão esquerda do Lula. Portanto, não há vergonha alguma em dizer que o show passou longe de estar lotado.
O anfiteatro daquele pequeno ginásio não era o melhor lugar para um show de rock, mas Adilson Martins (vocal) fez com que aquilo parecesse um estádio. Munido de letras agressivas e timbre potente, ele ocupou cada polegada do palco e transitou entre a galera com uma elegância que só os loucos sabem ter. Sua performance fez lembrar uma mistura da vitalidade de Mick Jagger com a insanidade na medida certa de David Johansen. Um genuíno rocker, um performático macho (se é que isso é possível).
Lero Adlung (bateria) foi várias vezes da velocidade cruzeiro ao compasso de um corcel americano para criar um groove excitante. Paulo SS e Bruno Oliveira (guitarra e baixo, respectivamente) exibiram uma sintonia difícil de ser alcançada, fazendo crer que sempre tocaram juntos (e bem). Em determinado momento, o blues rolava tão solto e natural que pensei ter ouvido ao fundo o sax de Coltrane num dueto com Thelonious Monk. Era a volta às raízes: rock, jazz, blues... Música!
Meus anjos abraçaram os demônios que se escondem no meu corpo e dançaram juntos. Sóbrio, com amigos sinceros ao meu lado, eu estava acima de tudo. Não havia exorcismo. Não existia o bem nem o mal. Havia apenas a música. Como é raro acontecer, naquela tarde meu espírito se tornou uma unidade pacífica. Tudo foi aceito, tudo coube bem. E eu fui um cara livre, nem feliz nem maldito.
Pensando bem, artistas revolucionários nos instigam a lutar. Artistas geniais nos motivam a fazer arte. Mas os artistas realmente necessários são os que nos inspiram a viver além dos sonhos.
Não tenho dúvidas, a Couro Cabeludo pertence a esse último tipo. Um mano já disse que quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo, então deixe explodir. Coragem!
Para sair do lugar, ouça Couro Cabeludo.


sábado, 23 de junho de 2012

Lançamento do Tratado na Cooperifa

Amigos,
O Tratado chegou à sua 2ª impressão.
Mais que uma conquista, este é o marco de um novo tempo, de dias melhores.
Vamos celebrar!
O lançamento dessa 2ª impressão ocorrerá no Sarau da Cooperifa, o reduto de poetas, músicos e artistas-cidadãos-comuns. Ou seja, não haveria local mais apropriado para esse evento.

Convidem seus amigos e vamos juntos. Porque Arte é Libertação!
Venham e tragam o melhor de vocês!
A entrada é gratuita.
 

Quando?
Quarta, Dia 04 de Julho a partir das 20:30h.
Onde?
Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 - Jardim Guarujá

E ainda, o exemplar do Tratado estará disponível por apenas R$ 15.
A gente se ver por lá!
Abraço e coragem,
Ni Brisant.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Quanto dura um blog

Na busca pelos 15 centésimos de fama, muitas pessoas que se autodenominam 'artistas', migraram dos blogs para redes mais populares e de fácil de digestão, como os canais de videos (You Tube) e redes sociais (Facebook e Twitter). Claro, as chances de virar uma celebridade virtual são infinitamente maiores para quem faz caretas e proclama 'bobagens espertinhas' na frente de uma câmera do que para quem posta seus próprios textos e vai esmiuçando suas ideias/paixões/misérias nessa página sem moldura. Aliás, existe alguma chance de sucesso para quem escreve num blog?
Além dos vários domínios 'improdutivos', venho observando a redução e a inatividade dos blogs autorais, ao passo que crescem e (repetem-se) as publicações destinadas a dar dicas e fazer listas. Sobram blogs com dicas de moda, beleza, amor e todo tipo de putaria que você imaginar (imagine e procure no Google pra ver). Assim como não faltam listas dos mais mais, 10+... top top puta que pariu!
Não vou discutir sobre a qualidade dos blogs, até porque não existe uma uniformização do que é publicado; e prefiro encarar essa diversidade de temas e propostas, características dos bloqueiros, como algo sadio e positivo. Cada um usa o seu blog da maneira que lhe convém, há espaço para os profissionais, os (aparentemente) largados e até para os marrudões que se dizem despretensiosos... Quase sempre, o blog é o primeiro passo de um projeto, um embrião, uma espécie contemporânea de diário aberto. Bem, pera lá. Blog é muito mais que isso, é independência com seu mel e fel, lixo e luxo, pós e contra... Entendeu, né?
(Damásio e o Tratado)
Resolvi falar disso porque ontem aconteceu o suicídio do blog do meu amigo Damásio Marques... já era, quem leu leu... Cursei Letras com o Damásio e me emociono em falar disso porque lancei o Digitador Cabisbaixo, meu primeiro blog, seguindo o exemplo dele. Lembro bem das conversas que tínhamos naquela época, falávamos sobre sociedade, literatura e dos escritores contemporâneos que gostaríamos que se sobressaíssem, que representassem nosso tempo, nossa gente (as reticências querem se impor às memórias).
Ainda na faculdade, o Damásio me deu um texto para que eu lesse e pediu minha opinião sem mencionar que era ele o autor. Li e gostei, mas ao invés de começar pelas virtudes, eu descasquei apontando possíveis falhas. Sei que ele não é de guardar mágoas, mas eu nunca pude me perdoar por aquele dia... E eu que aprecio tanto a sua retórica concisa, sem rodeios, pronta.
Quando pensei em publicar o meu livro, fiz questão que Damas fosse a primeira pessoa a ler os originais. Mais que um amigo, ele é uma das pessoas (juntamente com a Flávia Barros) que mais me inspiraram e me incentivaram a escrever.
Como Suassuana, é um arcaico assumido: não tem conta no Facebook (no Orkut também não), não gosta de tirar foto, nem de falar ao telefone; escuta música em LPs e bebe feito um camelo. 
Na moral, o blog do Damásio não era o mais acessado, não falava sobre modinhas, não tinha poesia. Era prosa. 
A blogosfera segue seu fluxo. Um leitor está órfão de um blog, mas um sujeito se conforta em saber que tem um amigo.
Alguém sabe dizer, quanto dura um blog?

domingo, 17 de junho de 2012

DA ÚLTIMA HORA

Ao contrário do que dizem,
é a morte que mora na gente,
todo fim acontece de dentro para fora,
e só toca o átomo do infinito
quem divide sua porção de hoje
e renuncia a todo terço de eternidade.

(Idade Heróica - Ni Brisant)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Alegria

Muita correria, trabalho, saraus, persistência, conquistas, cansaço, frio...
É isso.
Essa é uma ocasião para ser celebrada e divida com cada um dos amigos que lê esse blog, acredita na minha arte e, acima de tudo, me quer bem. Obrigado, de todo coração!
Postarei o quanto antes mais informações, mas faço questão de compartilhar agora as alegrias desses dias. Estas, que podem ser conquistas pequenas para um escritor, são vitórias monumentais e inesquecíveis para um acajutibense.
1. Essa semana saiu a minha primeira entrevista em um jornal impresso. Quem diria?!
2. Daqui a algumas horas cederei minha primeira entrevista para uma radio. O que dizer? (hahah)
3. A segunda edição do Fanzine Sobrenome Liberdade já está no forno. Quem disse que não sairia?
4. Foi lançado ontem o meu primeiro audio recitando um poema. Clique aqui para escutar: http://soundcloud.com/playnapoesia/ni-brisant-sobrenome-liberdade

Coragem!
(Texto: Ni Brisant - Arte: Flávia Barros)


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Canção para abrir os olhos

Mesmo quando a falta faz festa,
o tempo perde a graça de brincar
e a saudade ganha 4 asas no lugar das patas;
a sua alegria é o meu desejo.

 
Quando meu coração fica óbvio demais,
copia todo excesso de exagero
só para imitar o que uma criança faz,
ainda assim, a sua alegria é o meu desejo.


E se escondo meu coração no peito de um beija-flor,
faço uma canção para abrir os olhos
e 37 versos para esquecer aonde me perdi,
é só porque a sua alegria é o meu desejo.

E quando fizemos dum parto nosso derradeiro ritual,
sem encontrar uma palavra que nos salvasse,
fomos repartindo nossos artigos de memória
e consumindo cada silêncio como um tapa na cara.
Mas a sua alegria nunca deixará de ser o meu desejo.
(Ni Brisant - por Branca Freitas)
Texto também publicado em: Colunista Nivaldo Brito - Acajutiba News

quinta-feira, 24 de maio de 2012

s/n

Ganhei minha vida num duelo com o impossível,
seis estações depois, um coração sangrou dentro de mim
e uma palavra escrita em cores sem número
transformou meus sentimentos em muralhas,
dando poder aos meus inimigos
e imortalidade ao meu nome.
(Ni - por Branca Freitas)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Entrevista - Jornal Regional

Assim como todo trabalhador que se preze, todo artista quer ser valorizado e reconhecido pelo seu esforço, pela sua dedicação e talento. Mas é ainda mais gratificante quando a comunidade onde ele vive (ou viveu) prestigia e apoia o seu trabalho. Isso motiva e dá uma força extra para enfrentar os desafios cotidianos.
Essa semana eu fui convidado para dar uma entrevista ao Regional, o jornal da cidade de Esplanada-BA. Depois de toda a correria dos últimos tempos, foi uma grande satisfação poder falar sobre o Tratado diretamente para o público da minha terra.
Agradeço de todo coração aos jornalistas Manoel Rosa e Manuela Chagas pela oportunidade e a cada um dos amigos e leitores que têm colaborado com a minha arte.
Para ler a entrevista, clique aqui: Ni Brisant fala sobre sucesso, desafios e Tratado.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pedale, Ni

No meio do Tanque Velho tinha uma cisterna sem fundo, um abismo dentro d’água feito para engolir menino ruim, cabra safado e tudo mais que não tivesse serventia. Eu cresci por lá, tomando banho naquelas águas barrentas junto com a molecada da turma do focinho, da Junça e Baixa Funda. Todo domingo quando dava meio dia e o chão ficava tão quente a ponto de se tornar impossível ficar parado descalço sob o sol, a gente acabava o baba e se picava pro Tanque Velho ‘pra pegar verme, arrumar briga e falar descaração’, como dizia meu pai.
Entre nós tinha quem duvidasse da história da cisterna sem fundo, como o Titica, que ia pro meio do açude e dava mergulhos demorados só pra deixar todo mundo com o cu na mão. Tinha quem só ficasse pelas beiradas e os que nem molhavam o pé, mas iam lá mesmo assim.

Eu passei minha infância inteira lutando contra três grandes medos:
1    1. Virar (ou enfrentar) um lobisomem;
2    2. Me afogar no Tanque Velho;
3    3. Não namorar ninguém, respectivamente.
(Acajutiba)
      Caso não entenda as razões desses receios, leia HomeninoA Terra não é nossa, porque hoje vou falar de como escapei de ser um pequeno Zé – ou um Zé Pequeno  – ao invés de Ni Brisant.
      A mais extraordinária combinação de movimentos que um homem pode executar corresponde a lutar pelos seus sonhos, suportar a violência das quedas, aprender a erguer-se e, ainda que fracasse, conservar a cabeça erguida e o coração quente. Eu tive que aprender bem cedo isso tudo, mas vivi para contar.

Acha que estou exagerando? Pois bem, vamos aos fatos!

Tenho poucas lembranças da infância; acho que sou velho desde pequeno, então vou contar de onde sei.
Bicicleta não era brinquedo. Era um artigo de primeira necessidade para os moradores do Barreiro. Mais prática e econômica que o cavalo, logo a magrela se tornou um item obrigatório; toda casa tinha pelo menos uma.
Para a molecada, era um luxo ter um camelo só para si, um símbolo de status – tipo carro hoje em dia. Mas para mim, a bicicleta significou bem mais que um meio de transporte. Não fosse essa invenção, eu teria deixado a escola antes de ser gente, sem rir minhas alegrias e sofrido minhas perdas, certamente teria me tornado um cara com poucas cicatrizes e bem menos felicidade.

Escola Municipal Professora Carmem Celina Leal Vita, essa era a minha reza, a oração que eu gravava nos cabeçalhos das provas para purgar o pecado de ter nascido pobre, acajutibense e sem jeito com a tabuada. Aquela sala, de paredes amarelas acinzentadas, era tudo, menos uma escola.
Em 96, enquanto a maioria da classe repetiu de ano, eu passei para a quarta série do ensino fundamental. Ao invés de comemorar, eu chorei. Só havia turma até a terceira série na escola do Barreiro, logo, se eu quisesse continuar estudando, teria que arrumar uma bike para chegar até a escola mais próxima dali, no São José.
O personagem de Shakespeare daria seu reino por um cavalo. Eu troquei minha primeira roça de mandioca por uma bicicleta e fui para a escola.

Àquela altura, aprender a escrever o nome já era lucro. Ninguém disse que eu deveria continuar estudando; Ninguém me convidou para entrar em outra escola; Ninguém disse "pedale, Ni". Mas eu queria saber. E eu pedalei.
Minha rotina era quase morrer. Para me livrar do marasmo, eu brigava com meu amigo Railton, escrevia bilhetes amando todas as meninas do colégio; e para manter a fama de doido, eu descia a ladeira do Cumbe com as mãos soltas e gritando "groselha".
Como Christiane F, aos 13  – eu não tinha me prostituido  –  mas já tinha experimentado todas as drogas disponíveis no Barreiro. Ou seja, tinha fumado tabaco, tomado pinga com caju, pinga com coco, pinga com casca de pau, pinga com água... Mas eu gostava mesmo era de tomar geladinho. Meu sabor predileto? Todos!

Muito tempo depois, em São Paulo, um amigo disse que adorava beber e andar de bicicleta, eu concordei quase chorando de saudade do Barreiro.
Bem, já tive bicicleta de todos os tipos, das que rodam e das que deixam na mão, das que brilham no escuro e das que enferrujam na luz.
A energia elétrica trouxe a Globo para o Barreiro, mas eu senti que o progresso havia chegado por lá de verdade no dia em que furtaram minha bicicleta; pensei, "é a globalização, que porra!" Mas era sério. Nunca recuperei minha 'ferruginha'.
Eu pedalava para ir às festas, para jogar bola e para disputar as ‘maratonas’ da Vila Morena; pedalava para ver minha mãe, para encontrar meus amigos, atentar as meninas. E, acima de tudo, eu pedalava para sair do lugar, para fugir de uma realidade que minhas forças não podiam alterar. No fim, pedalei para pegar um ônibus. Mas isso é outra história.

(Continua)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Coragem

Tenho medo de me apegar ao chão,
de me acostumar a viver por baixo
e esquecer como se faz para levantar.
Mas medo de cair, eu perdi faz tempo.

Tenho medo que o meu amor acabe antes de ser feliz,
que minha filha guarde na memória a lembrança de um pai que não sou eu
e que meus amigos não me reconheçam quando nossas fotos ficarem velhas.
Mas medo da solidão, eu não tenho só.

Coragem é todo passo dado na direção oposta ao que somos,
quando até o nosso maior inimigo passa a ser uma conquista
e nem o mais traiçoeiro fracasso pode desonrar nossa luta.
Só não tem medo quem não tem nada a perder.

Defenda a sua alegria, o seu espírito e a sua fé.
Defenda a sua história.
Defenda o seu amor.
Caso contrário, ninguém jamais lutará por você.


Sentir medo é ser humano,
mas ter coragem é carregar Deus dentro de si.
Coragem, coragem.
Coragem!

(Texto publicado em Aperte o play na Poesia, Acajutiba News e Escola Lídia Xavier)

sábado, 21 de abril de 2012

Você, o Tratado e o coração

(Flávia Barros)


(Andressa Costa)
(Sheila Araújo)
(Jamilson Silva)

(Priscila e Andréa Nascimento)

(Eneida Fausto)


(Erick Santos)

(Andressa Gomes)
(Sofia)
(Aline Souza)
(Tatiane Silva)
(Dona Sebastiana)

(Rosana Vieira)

(Margarida Gomes)
(Luciano Nery)

(Jéssica Baraviera)
(Jailson Oliveira)
(Luciana Ribeiro)
(Branca Freitas)
(Vagner Luiz)


(Cristiane Crispim)

(Franklin Souza)

(Carlos Medeiros)
(Tatiara de Paula)
(Alessandra Souza)

(Miguelzinho)
(Eduardo Souza)
(Flávia Barros)
(Regina Rocha)

(Ronaldo Brito)
(Dagmar Souza)
(Ni Brisant)
(Rosa Maria)


(Sheila e Andrea)


 (Damásio Marques)


(Daniela Santos)

(Aércio Bezerra)

(Andrea Souza)
(Altieres Moraes)
(Renata Garib)

(Beto)

(Lidiane Santos)

(Jefferson Santana)
(Camila Rocha)

(Claudinha Gomes)

(Suevelin Cinti)
Curtiu? Então envie sua foto com o Tratado para nibrisant@bol.com.br e apareça.
Esbanje cultura!