segunda-feira, 16 de maio de 2011

Depois da 24ª hora


(Erick Silva)
Hoje é um tempo com nada digno de ser contado,
medido em pulsos imóveis dos grandes ponteiros
vigilantes de cárceres da paz, que nos prendem
em tempos sem lembranças de como ser gente.

Dias que provei todos os gostos, bichos e cantos
meu miocárdio flertou com os “nãos” mais inalteráveis,
colecionou a solidão anunciada dos que me adoraram
e no fim, só amei aquilo que não consegui degustar.

Perdido na devassidão dos verdes anos, acordei tão alto
a ponto de enxergar o mundo inteiro sem abrir os olhos,
disputar as guerras mais intensas sem sair do lugar
e disparar beijos concentrados nos alvos mais distintos.

Já dancei músicas que só ouvi uma vez.
Sonhei com coisas cujo nome nunca soube.
Conheci os amigos que sempre quis ter
e desconfio que um dia, eu até fui feliz.

- Oh, que horas são?

Um comentário:

  1. Frase roubada de Hebert Viana mas, digna de ser dita ao Ni.

    " VocÊ é um escritor que vai além das palavras."

    Se a frase fosse minha, seria escrita pra você com: letras maiusculas e N´s pontos de exclamação.

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