sábado, 4 de junho de 2011

Referências biográficas ou troca de figurinhas

A maioria dos meus heróis não tem superpoderes, força fora do comum ou qualquer outra virtude inata extraordinária que os tornem dignos de admiração. São quase todos anônimos, gente que enfrenta filas todos os dias, com contas a pagar, rotinas fatigantes e tantas outras aporrinhações iguais às nossas. 
(Paulo SS)
Travam lutas desleais para não ceder ao impulso natural de responsabilizar o destino ou outras pessoas por nenhum dos seus fracassos, mesmo os herdados.
Meus heróis estão por aí, andando com vontade. São tipos que não conseguem ignorar o que não é certo, fazem do inconformismo seu alimento, seu álibi para nunca tolerar as injustiças e crimes que se tornaram paisagens do nosso cotidiano.
São os que se negam a fazer o que é errado, ainda que a maioria o faça.
Não recuam, nem negociam coisas que não têm preço.
Conservam suas palavras, ainda que nunca tenham voz.
Meus heróis não herdaram a vocação para o sucesso através de nepotismos nojentos. Enfrentaram a tirania arrogante de quem vê o passado como único elemento capaz de determinar o futuro.
Meus heróis são raros. Alegrias e dores transparecem em cada átomo dos seus corpos, não sabem sentir comedidamente, pois desconhecem a medida burguesa de corações exatos e frios.
Meus heróis não nasceram para ser. Eles se fizeram. A partir daí, já são os melhores. Agora me diga, como são os seus?

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