sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sobre Brisas e Tratados

Conforme prometido, enviei hoje todos os arquivos PDFs do meu primeiro livro para os amigos que contribuíram com a Proposta Colaborativa de Para Brisa. Estes arquivos podem ser repassados sem problema, afinal, a intenção é fazer com que o Tratado  chegue a mais pessoas.
Quero agradecer mais uma vez a todos que colaboraram. Teria sido muito mais difícil publicar meu novo livro sem a força de vocês. Valeu , de coração.
Compartilho agora as palavras do médico, meu conterrâneo, Gerson Salvador postadas ontem no Facebook:

"Foi muito feliz o dia em que não pude ir aos Mesquiteiros porque estava de plantão à noite e não daria tempo de voltar quando achei no facebook do Ruivo a divulgação do Sarau da Adelfa. Quando vi o seu nome no cartaz pensei: lá vem um francês apresentar sua poesia, dei sorte que encontrei um caboclo feito do mesmo barro seco que eu e que fala para o mundo. Meu caro, na minha opinião, o "Tratado sobre o coração das coisas ditas" é um poema perfeito, universal, para mim é um prazer tê-lo junto aos demais poemas que compõem seu livro ao alcance das mãos."

Ficarei alguns dias sem postar. Mas já deixo o convite: dia 20 de abril participarei de um diálogo aberto com os parceiros Ruivo Lopes e Binho. Bora lá!

Coragem!

Rota de um alvo a bordo*


(Willian Delarte)
Era flecha no mar,
na mira
afundou-se.

Virou barco,
na terra
envergou-se.

cavou-se, 
virou rio.

Tocou o arco 
e nunca mais ficou a ver

( ) ( ) ( ) 

vazios.

* Willian Delarte e Ni Brisant

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Para-choques 2

se tivesse direito a um pedido, pediria tudo que tenho direito!

nessa noite fria um streap tease se não esquenta traz pneumonia.

carregava um deserto na virilha; tirante isso, era pura água.
(Alessamdro Buzo)

o mesmo guarda-sol guarda-chuva, mas nem todas as estrelas (ALL STAR) pôde me proteger dos teus pés.

nem todo fim é para sempre, alguns insistem em continuar.

ignorava algarismos, passou a vida medindo palavras.

acordou tão disposta a ser feliz, que nem saiu de casa. pela 1ª vez, aceitou sua companhia.

poesia quebra, mas não racha.

brigou feio mas manteve seu ciúme em segredo.

trocaria a eternidade pela vida inteira.

não me chame, se a viagem não tiver volta.

escrever poesia curta é fácil, difícil é explicar.

sem olhar pra trás, caiu de si.

domingo, 31 de março de 2013

Mais Para-choques

Tenho recebido opiniões e críticas sobre Para Brisa e estou lendo cada uma com a devida cautela e atenção. As mensagens direcionadas aos poemas curtos, da seção Para-choques, são as que mais me impressionaram. É fascinante a maneira como cada pessoa interpreta esses poemetos... 
Devo dizer que a produção desses 'textículos' é um exercício desafiador de síntese no qual tenho me divertido bastante. 
Seguem alguns inéditos:

O capacete do poeta é o vento.
*
(Camiseta Para Brisa)

mesmo com tantos presentes
à vista, uma falta 
acertou-lhe o peito.
*

lendo os grandes, aprendo a escrever menor.
*

sem fome, pagou pavê.
*

com os olhos fechados, viu o amor do lado de dentro.
*

menos flecha e alvo. é chegada a hora de ser arco!
*

Depois do primeiro oi,
foi tudo possível.
Inclusive, ais.
*

Quase mato a saudade, de tanto você.
*

andava tão ocupada, que só tinha tempo para os outros.
*

vi um casal de amigos brigando, pensei: 
eles deveriam tentar ser amigos e esquecer isso de 
há casa lar.
(Miragaya - Fotografia: Antonio Miotto)
*

cursou Direito, dominava maus exemplos.
*

trocou a igreja pela breja, ganhou a rima e uma barriga.
*

a contramão nunca foi problema pra mim; a mão, sim.
*

sentia-se acima do bem e do mal até cair de si.
*

não foi trabalhar, mandou um atestado em seu lugar.
*

queria viver um romance, mas era só verso.
*

tentei desapegar, perdi.
*

sabendo que a felicidade não estava nos lábios dela, deu língua.
*

era tão xavequeira, que pegava corações a quilômetros de solidão.
*

inspirado? não; amando.
*

diálogo não é quando você escuta o que te agrada; mas quando ouve algo que precisa ser dito.
*

disfarçou e saiu andando; carregou seu choro na sola dos pés.
*

Na DR
perdeu por WO 
(pela indiferença de 1 coração a 0)
*

pelo retrovisor vi buzina e bunda; juro que o poste não estava lá.

EM BREVE, MAIS POEMAS PARA-CHOQUES.