domingo, 31 de março de 2013

Mais Para-choques

Tenho recebido opiniões e críticas sobre Para Brisa e estou lendo cada uma com a devida cautela e atenção. As mensagens direcionadas aos poemas curtos, da seção Para-choques, são as que mais me impressionaram. É fascinante a maneira como cada pessoa interpreta esses poemetos... 
Devo dizer que a produção desses 'textículos' é um exercício desafiador de síntese no qual tenho me divertido bastante. 
Seguem alguns inéditos:

O capacete do poeta é o vento.
*
(Camiseta Para Brisa)

mesmo com tantos presentes
à vista, uma falta 
acertou-lhe o peito.
*

lendo os grandes, aprendo a escrever menor.
*

sem fome, pagou pavê.
*

com os olhos fechados, viu o amor do lado de dentro.
*

menos flecha e alvo. é chegada a hora de ser arco!
*

Depois do primeiro oi,
foi tudo possível.
Inclusive, ais.
*

Quase mato a saudade, de tanto você.
*

andava tão ocupada, que só tinha tempo para os outros.
*

vi um casal de amigos brigando, pensei: 
eles deveriam tentar ser amigos e esquecer isso de 
há casa lar.
(Miragaya - Fotografia: Antonio Miotto)
*

cursou Direito, dominava maus exemplos.
*

trocou a igreja pela breja, ganhou a rima e uma barriga.
*

a contramão nunca foi problema pra mim; a mão, sim.
*

sentia-se acima do bem e do mal até cair de si.
*

não foi trabalhar, mandou um atestado em seu lugar.
*

queria viver um romance, mas era só verso.
*

tentei desapegar, perdi.
*

sabendo que a felicidade não estava nos lábios dela, deu língua.
*

era tão xavequeira, que pegava corações a quilômetros de solidão.
*

inspirado? não; amando.
*

diálogo não é quando você escuta o que te agrada; mas quando ouve algo que precisa ser dito.
*

disfarçou e saiu andando; carregou seu choro na sola dos pés.
*

Na DR
perdeu por WO 
(pela indiferença de 1 coração a 0)
*

pelo retrovisor vi buzina e bunda; juro que o poste não estava lá.

EM BREVE, MAIS POEMAS PARA-CHOQUES.

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