Eterno Contínuo salta das gavetas do cotidiano para dar voz a uma fênix em chamas, Lu’z Ribeiro. Neste livro de estréia, Lu’z apresenta poemas lapidados sob o ritmo frenético de Sampa, mas com a sensibilidade e força de alguém que não se deixa anular.Como água, suas poesias percorrem diversos temas, formas, perspectivas – tudo para testar os limites da linguagem, irrigar corações e fazer-se sentir. Sem a obrigação de dar ou fazer sentido, o intuito aqui é não ser silêncio, não por acaso.
Eterno contínuo é entrega, amor sem divórcios.É Lu’z, do início ao todo.
***
Forjado a partir das percepções de um coração selvagem, Eterno Contínuo traz a poesia como redenção. Força, graça e transbordo de alguém que aprendeu a ler a vida, conhece intimamente o perigo, mas prefere o passo, ainda que no escuro, a ficar parado.
Sem cair nas ciladas das convenções sentimentais, Lu´z Ribeiro expõe as várias facetas de um eu-lírico atento, capaz de descer aos subterrâneos das paixões, provar seus excessos, dissabores, cortes, contradições e gozos – eternos contínuos.
E é com essa propriedade de loba no cio, que ela instiga o leitor a experimentar (-se) até despertar um sexto sentido: a intuição.
Ao longo destas páginas, essa escritora da Liberdade desenvolve uma trama exemplar. Como se dissesse: “confio-lhe meu diário”, Lu´z vai dando pistas de seu mundo; suas palavras deixam de ser poemas para tornar-se confissões, desafios, denúncias, despedidas, risadas, abraços – eternos contínuos. Assim, essa leitura requer a intimidade que só um bom amigo – ou amante – pode oferecer.
Aqui, o bom senso é estratégia. Não há espaços para acasos. Cada verso tem a medida para o infinito.
Era para ser sonho
mas virou história
e não deixou mais de ser.
A poesia de Lu’z Ribeiro é o que restou daquilo que não pode ser contido, tudo que o silêncio não foi capaz de engolir. Entre a romântica e a reacionária, a ingênua e a engajada, esconde-se uma nebulosa, uma fêmea, um poema, um dia por vir.
Desabotoe os olhos e boa lida.
[Textos de apresentação e orelha do livro Eterno Contínuo, da escritora Lu'z Ribeiro por Ni Brisant]
quinta-feira, 25 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
Ateliê do Improviso*
![]() |
(Fotografia: Mariane Staphanato) |
prefiro os ritmos
- moldam meus pés, artérias e tímpanos.
Só sirvo por encomenda
com ajuste – linha, zelo, esparadrapo e fita crepe.
Descubro meu passado
em cada abraço.
Estendo-me em códigos
e flagro a mais nova invenção de mim – Amor.
Soul
ateliê de improviso
Trilho disformidades em chiaroscuro,
timbres cheios e passos ao léu.
Meu itinerário passa pela próxima encruzilhada,
quando deixarei de ser (só) chama e cama
- leito, leite e alento.
Já carrego luz no nome,
Serei agora, fogo.
- escrito na tarde de 23 de março de 2013, com caneta azul e zelo
Apenas para Lu’z Ribeiro, Ni Brisant
*O texto acima foi escrito pela ocasião da proposta colaborativa para impressão do livro Para Brisa. Lu'z Ribeiro foi uma das 15 primeiras pessoas a comprarem o livro antecipadamente. Hoje ela publicou o texto em sua página no Facebook.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Sarau da Praga
No próximo domingo (dia 28/7) acontecerá a 3ª edição do Sarau da Praga. Nesse mês a coisa toda acontecerá na Ocupação Mauá, logo ali perto da estação da Luz, na Rua Mauá, 340, a partir das 17 horas.
A comunidade abrirá as portas para o Projeto Praga e eu sou o convidado da vez.
Haverá roda aberta pra livre expressão artística e muita troca. Pra a gente se ouvir e sentir um ao outro.
Além do sarau, o dia ainda vai contar com uma roda de capoeira com os Herdeiros da Mauá.
No dia receberemos doações de livros que ficarão para a comunidade, quem puder, por favor contribua.
Venha, traga sua palavra.
Cara, coragem!
A comunidade abrirá as portas para o Projeto Praga e eu sou o convidado da vez.
Haverá roda aberta pra livre expressão artística e muita troca. Pra a gente se ouvir e sentir um ao outro.
Além do sarau, o dia ainda vai contar com uma roda de capoeira com os Herdeiros da Mauá.
No dia receberemos doações de livros que ficarão para a comunidade, quem puder, por favor contribua.
Venha, traga sua palavra.
Cara, coragem!
domingo, 21 de julho de 2013
Vendavou
![]() |
(Texto Ni Brisant, Arte J. Bartlett) |
Ela ficou calada.
Ele ficou sem fim.
*
Não mando flores nem ligo no dia seguinte. Sou romântico não praticante.
*
Jamais case com um artista
nem por grana nem por amor!
Só por acaso.
*
Eu querendo levá-la a sério e ela numa crise de riso nervosa.
*
Siga a seta das estrelas agora, girassol.
*
Tanta gente se achando... e eu perdido.
*
Se precisar, lapide-se, mas jamais dissolva-se.
Poucos gostam de farelo.
*
Uma dica sobre a Arte, a Guerra e o Amor: Renda-se ou morra tentando.
*
Avoe!
Não nasci pra ser jaula, leãozinho.
sábado, 13 de julho de 2013
Caso Rock*
Você destrói meu
coração
para me paralisar.
Engessa o meu
corpo
tentando me domar.
Quando me livro
dos teus planos
não tenho mais
nada a perder.
Minha queda é uma
dança
não tente me
erguer.
Teus truques me
divertem
e eu até sinto
prazer.
Tuas promessas são
grades
não vão me
prender.
Meu ritmo te
excita
e até a luz se
apaga.
Quando assumo o
controle
não penso em mais
nada.
Rebeldia serena
juvenil
nosso som pode ser
visto
no canto de ais
play e vinil.
Sem perigo, não há
risco.
Oh garota, vou
embora daqui.
Hey louca, nem
pense em me seguir.
Oh garota, vamos
repetir.
Hey louca, não
tente resistir.
*Texto publicado no livro Para Brisa, 2013, Ni Brisant
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