quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

BOTE FÉ, Toda Via, (2015)

Obra de estréia de Michele Santos, divide-se em 5 capítulos - sobre a forma de conjunções adversativas: Entre/tanto, Com/tudo, A/pesar, Em/bora e Mas. Não por acaso, o livro é todo um emaranhado dramático d'um Eu Contradição.
Estética de miolos e torniquetes.
Vezes beirando o monossilabismo; outras com fôlego de Phelps. Nunca à toa. Aliás, há muito calcanhar em sua poesia.
Repleto de sinais (literalmente), o livro parece buscar o máximo que uma palavra pode dizer. E assim vai repartindo, cortando, esmiuçando cada sílaba, cada artéria dos fonemas.
Enquanto a maioria dos poetas contemporâneos baseia sua produção em temas jornalescos, causas sociais e modismos em geral, Mi optou pela contramão - fazendo bandeira de suas próprias vísceras.
Sua palavra é um caso à parte - mesmo. Não por inventar o som. Mas por ressignificar a voz de todo dia.
O livro tem projeto gráfico e diagramação do phodao Mixel Nogueira. E ainda conta com apresentação da poesia Janaína Moitinho.
Ah. Vou dizer mais não. Vá ler e procurar saber. Deixo vocês com este pedacin:
"Poemas são estratégias de fuga para tudo que não domino
cinema iraniano, domingos,
saber a hora de parar,
você."
*
Enquanto reli o livro e escrevi esta mini resenha tomei duas cervejas e uma para tudo café e escutei as bandas:
Infra Áudio
Camila Brasil
Vespas Mandarinas
Lou Reed

Obs. Este é o Bote Fé, projeto de mini resenhas de obras de autores vivos, que lançam livros nada convencionais.
Toda segunda-feira tem novidade na página: https://www.facebook.com/nibrisant/



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