segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Quem acha algo?

Seu texto não é triste nem alegre, às vezes até meio melancólico, mas sempre vivo e com a fluência que só um grande escritor sabe ter. Não economiza palavras nas suas narrativas, mas também sabe ter bastante parcimônia quando convém. 
À luz do dia expressa sentimentos e angústias sem pudor, como se isso fosse permitido e não tivesse nenhuma consequência para aqueles o lêem. Talvez essa seja a sua maior transgressão, ultrapassar fronteiras que não ousamos fazer, mesmo na escuridão da noite, só nós e o travesseiro. E o faz sem remorso algum e ainda diz: não é poesia se as palavras não nos tiram do lugar. E não pensem que ao nos tirar do lugar ele oferece outro. Não! Vai te deixar mesmo ao léu, engrossando a sua lista de transgressão. Mas, ao mesmo tempo, nos impulsiona à ação por meio seu mantra coragem, coragem, coragem...
Seu mantra não é somente um recurso retórico. Não mesmo! Ni Brisant mostra sua coragem expondo suas feridas e seus sentimentos despudoradamente, em busca do sentido de sua vida. E por meio de sua narrativa nos captura à reflexão e, muitas vezes, não entendemos o porquê, mas fica ressonando até que percebemos um pedaço de nós mesmos naquele anúncio. Só que a partir do seu discurso, aquele sentimento escondido, que não ousamos encará-lo, não quer mais ficar camuflado e recusa a recolher-se ao lugar de onde saiu, mesmo timidamente impõe sua existência. Brisa trouxe ar puro aquilo que mantínhamos guardado no íntimo de nossas almas sem coragem de tocar.
Para conseguir se expressar com tanta precisão, criou seu próprio dicionário e consegue fazer sínteses que não fazem desvios, vão direto ao coração. CIÚMES: filme de ficção, com pelo menos 1 ator fantasma.
Por tudo isso, Ni Brisant não cabe em definições apressadas, podemos ir tateando a fim de tentar contorná-lo, mas ele vai sempre escapar!
- Texto da leitora Maristela Barbara 
Arte: Célio Luigi - Texto: Ni Brisant


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