terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Gravidade suspensa


(Marcelo Gerace)
Atravessei frio e seca
sem ter motivo para abrir a boca
e o osso só a dureza da pele cobriu.

Tanta tirania revoltou a minha ira
e a morte pareceu ser a única peça
capaz de confortar e vestir bem.

Incinerei dúzias de contratos escrotos
que ditavam regras estúpidas
e sem validade expressa.

Bem querer foi peso sem medida,
espelho que ignorou seu reflexo,
cofre onde tudo coube, nada sobrou.

No peito a batalha ainda continua violenta
pois o tempo não estancou a tristeza,
nem pagou o tributo ordinário do pesar.

Um comentário:

  1. Sua poesia mostra, uma verdade dita por romanticos incuráveis, de uma forma culta e facil de entender, enfim gostei muito e como poderia ser diferente.

    ResponderExcluir