domingo, 7 de setembro de 2014

não conte até 3

soul feita de matérias
pós
sólidos e líquidos
mas o que mais me compõe
é o que me falta

galho que o vento desmembra

sem transplante 
papel queimado virgem
domingo de trabalhos involuntários
sem liberdade assistida
suor frio marca o perigo de tocantins
cadáver

e eu ainda não pratiquei você

dos olhos guardei o grito
admita
o sigilo já diz muito da gente
mas deixo escapar esse presente fôlego
num conto sem tirar nem Poe
troque essa palavra e.


(Foto: João Marcos)

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Muito além da poesia

Literatura ostentação. Ostento com orgulho, sim! 

Nivaldo olhou pra mim como quem tentava me desvendar quando o intimei a vir pra perto e ao ouvir meu pedido questionou em tom de (quase) surpresa: mai tu vai querer é os três memo?
Na hora apenas sorri e concordei, fiz alguma piada dizendo que ia acabar com meu dinheiro ali, sem comprar livro de mais ninguém, só dele e tal. E era verdade. Mas faltou dizer mais coisa.

Ni querido, QUERER teus livros já tem tempo que eu quero, e tu sabe. Mas, xavequeira que sou, prefiro pegar nas mãos do poeta (ou então apenas lembre que se eu for pagar o frete de todos livros que eu quero eu gasto o um dinheiro que podia usar pra comprar mais livros).
Não que eu precise dos teus livros pra te ler, óbvio, mas é um jeito de te trazer pra casa. E hoje, você vai dormir comigOOPA, alguem disse algo? Engasguei aqui. Haha

Você faz parte da minha vida muito mais do que imagina, apesar de eu sempre dizer, e toma conta da minha mente com versos simples e certeiros e enche meu coração até sem perceber.
Me inspiro e transbordo tantas vezes que se poesia matasse sede eu salvava a crise da agua no estado com ajuda tua.
Sério, não me lembro de ficar uma semana inteira sem citar algo seu há muito tempo, e cito porque não cabe mais dentro de mim tanto amor, tenho que por pra fora e multiplicar.

Rapaz, cê num pediu licença pra me invadir assim e quando vi já tava dentro da minha mente e hoje, após uma das paradas poéticas mais lindas e cheias de amor, foi tu que faturou mas eu que saí ganhando, com a mente cheia e o coração transbordando.

Obrigada por isso e por tanto mais que você faz.

Mais me vale ostentar esses livros do que ter dinheiro no bolso, sim. Dinheiro vai embora, mas poesia não dá pra roubarem de mim.

Com todo o carinho possível e diversos tipos de amor, um beijo e um xêro.

Guarde com carinho tudo o que te disse.

Foi importante viver hoje!

(Texto extraído do Facebook da amiga/leitora Julia Rocha )

domingo, 24 de agosto de 2014

Dias de aula

acabo de reler um poema feito durante minha última aula de "práticas bancárias". não há muito o que dizer. só agradeço à vida por me permitir chegar até agora. segue:

"Hoje cedo 
Quando eu acordei 
Parei e pensei 
Em ter uma vida diferente 
Ativa, radical 
Aventureira , desafiadora
Temida , polêmica 
Atrevida... 
-MANHÊ!! VOU SER POETA! "

-Fernanda G.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Anatomia dos tchaus*

verdadeiras histórias não são contadas apenas com palavras. perdoe-me a ex posição.
aquele café meio amargo, seu riso escandaloso nas filas do mercado, cabelos soltos pelos cantos da casa e a gente de bobeira esperando o silêncio depois do cd.
5 litros, duas fomes, 25 pesos e eu ainda não superei seus olhos. jamais me cansaria de dormir onde for você.

teu selo de bom dia abre aspas. aurora em grandes lábios. e eu fico com meus botões em rota de solidão. 

o caminho é estreito. só passa um por vez - eu sei. então sem essa de te espero no futuro. vem no meu colo. eu já aguento a gente.

*texto publicado originalmente na antologia "sarau do burro - 3ª edição"
(Foto: João Marcos)


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Entreletra

Na última terça-feira (12/8) foi publicada entrevista que cedi ao amigo escritor Willian Delarte. Falei um pouco sobre poesia, vida e outras tolices. Clique aqui para ler.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

PEQUENOS DETALHES DE UM GRANDE POETA

Para entrar em um SARAU
Não precisa ter dinheiro
Basta querer injetar
Cultura no corpo inteiro
É a arte independente
Mostrando seu devaneio.

E narrando alguns fatos
Apresento um companheiro
Nivaldo Brito dos Santos
Que nasceu lá no Barreiro
O famoso Ni Brisant
Um poeta brasileiro.

Vivia com simplicidade
Garoto do interior
Com uma alma inquieta
Aprendeu a ser leitor
Um dia teve a certeza:
“A palavra me salvou”.

Na infância, além de amor
Tinha um desejo profundo
Ganhar uma bicicleta
“melhor presente do mundo”
Descendo a ladeira do Cumbe
Delirou por um segundo.

Na inocência em que vivia
Do pouco que presenciou
Viu sua galinha ser assassinada
Foi a um velório em que ninguém chorou
Das drogas que lhe ofereceram
Só em geladinho se viciou.

Ainda moço foi para São Paulo
Sonhando em conseguir tudo
Passou frio, sentiu saudade
Investiu em seu estudo
E com garra e persistência,
Conquistou seu primeiro canudo.

Buscando na realidade
Os sonhos que perseguia
Alguns ficaram para no caminho
Outros morrendo ele via
Mas para um bem maior
Destacou-se em poesia.

Para que viesse embora
Sua mãe sempre rezava
Quanto mais ela pedia
Sonhador ele se tornava
Meu filho é um grande artista
Enfim ela constatava.

Da Bahia para o mundo
Ni Brisant se revelou
Crônicas, notas, poesias...
Hoje é um grande escritor
“Tratado sobre o coração das coisas ditas”
Primeiro livro ele publicou.

Vieram “Outras versões não identificadas”
Que você pode ler agora
Ele também escreveu
Relatos vividos outrora
Mas o que mais emociona
E a carta à sua filha Flora.

São tantas qualidades
Um artista muito intenso
Houve quedas, desafios
É preciso ter bom senso
Tudo serve de lição
Vencer é um desejo imenso

Vá em frente, Ni Brisant
Você está só começando
Seu itinerário é longo
Aos poucos vá avançando
Talento você tem de sobra
Sucesso te desejamos!

- Solange Mendes - Esplanada(BA), Janeiro 2014
Solange Mendes foi professora de Ni Brisant na 4ª série do ensino fundamental no povoado São José. Nessa ocasião, Ni percorria 5 quilômetros de bicicleta para estudar.

Prego no vendaval

(para Victor Rodrigues)
ganho a vida virando o jogo
expondo meu miocárdio em páginas de aluguel
uso verde porque não tenho saco pra amar elinhas
e é mais fácil perder todo sangue do que o juízo final.

pedi perdão
mas não pedi passagem
ir ou vir
não importa
quando soul
a vida que sempre kiss.

minha trilha é um compacto sem acordo
refrão é toda palavra que meu ar quer ser.
e desvio das regras só para provar o que é
ser e star eu.


domingo, 1 de junho de 2014

7º Ninguém Lê

Amanhã (02/06) discutiremos o livro Delitos e Deleites, de Giovani Baffô. A entrada é gratuita e a roda aberta para que cada um exponha suas percepções, dúvidas e críticas sobre a obra. Vamos juntos discutir nosso tempo.

O "Ninguém Lê" surge de uma conversa e uma preocupação sobre o nosso movimento de saraus e literatura periférica / marginal / independente e afins.
Muitos livros estão sendo lançados, mas estes livros estão sendo lidos?
A ideia é escolher um livro dos nossos a cada mês pra ler e depois botar na roda.
Acreditamos que esse evento pode fortalecer e trazer mais qualidade de escrita e leitura nesta cidade em que ninguém lê e que a gente conheça melhor o que estão produzindo por aí.

Já discutimos sete livros e agora continuamos com a pulga atrás da orelha: quem leu Delitos e Deleites, do Giovani Baffô?
Existe leitor em SP?

Quando: Segunda-feira (02/06), às 19h
Onde: Clube Literário Hussardos: Rua Araújo, 154 - 2º Andar (Próximo ao metrô República)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

sábado, 24 de maio de 2014

Homenagem

A arte não me levou aonde eu queria/ mas fez do meu coração um lugar habitável.
E sinto que essa arte tem sido combustível e combustão para outras pessoas. Na última semana aconteceu uma verdadeira exposição poética na praça central de Matão-SP. Qual a matéria prima dessa exposição? Canetinhas, papel reciclável e poesia!
Sim, ninguém aqui está no mesmo lugar. Seguem e-mail e video feito por Heloisa Piquera Garcia e Suéllen Pereira, as pessoas responsáveis por essas minhas vírgulas nos olhos:
"Eu e a Suéllen nem sabíamos como retribuir, gostaríamos de tirar a ''famosa'' fotografia com seu livro, mas queríamos mais...
Queríamos expressar o quanto gostamos da leitura, porém não dominamos muito bem as palavras o suficiente pra dizer das viagens que a leitura nos proporcionou..
Então com ajuda de mais dois amigos, algumas canetinhas, e alguns papéis recicláveis que pegamos no centro cirúrgico onde trabalhamos, nós fizemos alguns cartões com alguns poemas e frases dos seus livros..
E esse cartões, nós penduramos hoje, na praça central da nossa cidade, onde há um grande fluxo de pessoas.. Afinal gostariamos de compartilhar com todo mundo o seu talento.. gostaríamos que mais pessoas tivessem sobrenome liberdade..Acredite.. ate os mendigos da praça se envolveram rs.. Enquanto pendurávamos os poemas, eles vieram ver o que se passava, leram a poesia e acho que tocados pela arte, começaram a prosear de forma bem sentimental e reflexiva com a gente, bonito... até ajudaram a pendurar os poemas"

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Continuar é tudo

Não achei tédio na Bahia. Também não achei tédio em São Paulo, Minas, Rio, Sergipe... Pra ser honesto, deparei-me com o tédio poucas vezes. Até onde sei, sempre andei correndo. Mas agora é diferente. Os dias têm sido de coisas maiores que eu.
Novos planosnovas paisagens, novos gostos. Tudo para manter aquele velho sonho: _ _ _ _ _!
Etanol é sentir que tem sido importante viver. Agora estou bem. Não sem vacilos, sem retrocessos. Mas os últimos acontecimentos têm me mostrado o quanto é bonito abrir as mãos, deixar ir e assim poder saber o que fica. Bonito também assumir a miudeza diante da vida e, ainda assim, senti-la essencial.
Bem, vamos ao recheio dessa conversa. Hoje é um dia para ser lembrado. A convite do Sarau dos Mesquiteiros, hoje sairei pela primeira vez do Brasil para ir à Feira Internacional de Livros de Buenos AiresFeliz é pouco! Argentina me faz lembrar Belchior (e vice versa). 
Além dos saraus de São Paulo, dia desses estive no Sarau Esquina em Poços de Caldas (MG), fui convidado a uma mesa de debate em São José dos Campos (SP) e participei da última Parada Poética em Americana (SP). Satisfação em ver tanta gente boa produzindo e consumindo literatura por essas bandas. A partir de hoje tenho a oportunidade de conhecer um pouco da cena literária da capital portenha.
Retornarei ao Brasil dia 12 e vou direto pro Ninguém Lê (clique aqui e saiba mais) trocar ideias sobre o livro "Estação terminal", do Sacolinha. Chegue junto.
(Arte: Alexandre Camaleão - Sessão de Fatos)

quinta-feira, 27 de março de 2014

Escola nunca mais

Bahia, 22 de janeiro 2014
Flora, coragem!
Ontem fecharam a escola do Barreiro. Foi lá que aprendi tabuada, decorei os afluentes do rio Amazonas e comecei a desenhar, escrever e enxergar a vida através das letras. Naquele tempo, eu soletrava EDUCAÇÃO e achava que estudar rimava com futuro, dor, progresso, civilização; enfim, estudar rimava com tudo, menos com alegria. Contradição maior é pensar que meu mundo cresceu dentro daqueles muros amarelos gigantes. Filha, hoje o Barreiro não tem mais escola; só paredes.
Dizem que não compensa manter a escola aberta, que há poucos estudantes e muitas séries para uma única sala (e professora). Dizem que vale mais transportar meu primo Felipe e seus 16 amigos, que estudam no Barreiro, para uma escola moderna, na cidade. Mesmo com estradas esburacadas, a secretária de educação decidiu transferir as crianças (de 6 a 10 anos) para a cidade, acabando com o único equipamento público que a comunidade possuía. O que ninguém diz, é que isso não se faz!
O mundo está em obras para deixar tudo igual. Milhares de escolas estão sendo fechadas no interior do nosso país, mas ninguém fala; isso não é notícia de jornal. Isso é caso de luta!
Conversei com os pais desses estudantes (meus amigos de infância e/ou de enxada) e, embora não acreditem muito na vitória, eles não aguardarão soldados, sem reagir. É inédito para eles ir às ruas e estradas para cobrar seus direitos e fazer-se ouvir. Mas aqui ninguém vacila ao defender nossa escola.
Enquanto tentam empurrar nossa gente para a cidade, é bom saber que ainda há quem resista. Afinal, se temos o direito de ir e vir, por que não podemos ficar?
Filha, retorno à São Paulo acreditando na construção de uma nova escola, algo que rime com alegria e luta – ao mesmo tempo. E certamente, não estou só. Vamos juntos!
- com todo coração, do seu pai.
(Texto também publicado no site Sinceros e Abusados

domingo, 9 de março de 2014

inauguração dos fins

queria ser o raio
que cai duas vezes da mesma nuvem.

ser o assassino
que retorna a cena no filme.

o erro
quando repetido duas ou mais vezes
- coisa de berro.

queria ser o garoto
que nunca passou de ano
- foi direto pro cemitério.

ser um clone
uma rima
o 14 bis
o retorno de saturno
a tecla repeat.

uma onomatopeia
igual àquela que toca nas FMs
dia após dia.

não queria ser nós
nem eu e você.

só queria a vista
da primeira vez
que fomos adeus
para sempre.
(nova máscara dos bic block: euteregos 
Foto: Bloco do Burro Por Renata De Oliveira Armelin - arte/invenção de Zazá Asf)

sábado, 8 de março de 2014

Agenda Março/14

 11/3 (terça/19h)  - Sarau Suburbano Convicto com lançamento do livro Tratado sobre o coração das coisas ditas (Rua 13 de Maio, 70 - 2º andar - Bixiga)  - Entrada livre
 12/3 (quarta/20h45) - Sarau da Cooperifa com lançamento da antologia "Uma vez poetas Ambulantes" (Rua Bartolomeu dos Santos, 797 - Jardim Guarujá)  - Entrada livre
 15/3 (sábado/19h) - SP Autoral com Intervenção poética (Av. João de Lucca, 41 (cruzamento da Av. Washington Luís c/ Vicente Rao) - Entrada 5 dinheiros. 
 16/3 (domingo/14h) Sesc Ipiranga - Intervenção com os Poetas Ambulantes (Rua Bom Pastor, 822) - Entrada livre.
♣ 17/3(segunda/19h) Parada Poética  (Rua Rio Branco, 310 - Nova Odessa-SP) - Entrada livre.
♣ 21/3 (sexta/19h) Sarau Literatura Nossa com lançamento do livro Tratado sobre o coração das coisas ditas(Av. Maj. Pinheiro Froes, 530 - Suzano-SP) - Entrada livre.
♣ 28/3 (sexta/18h) Sarau da Praga (Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda) - Entrada livre.
♣ 29/3 (sábado/14h) Sarau dos Mesquiteiros com lançamento do livro Para Brisa (Rua Sampei Satto, 440) - Entrada livre.
Vamos juntos!




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Um salve à literatura*

Salve a quem tem o dom das palavras! Inquietada com tamanha grandeza de uma obra, Tratado sobre o coração das coisas ditas “ é um clássico contemporâneo para a alma. 
Em seus versos Ni Brisant declara: “ escrevendo me aproximo de ser gente”. E que tipo de gente, o da melhor companhia.Tanto que ainda estou em viagem , sem previsão de volta. Continuo a deliciar-me sobre seuspoemas, pois, além de versos marcantes encontrei-me em suas palavras como abrigo e descrição. “Mas meu bem, preciso dizer: isso não é um poema, nem nada. Sou eu” Nada me definiria melhor. 
Nesse encontro de palavras minha alma resolveu poetizar-se junto contigo. Reconhecer-se enquanto poesia . De forma arrebatadora suas palavras chegaram e aconchegaram-me nos braços, tocaram-me em diversos sentidos e formas, a começar pela poética, que maestria no dizer e arranjar das palavras, que peculiaridade em seus versos.
(Jacquinha Nogueira)
Estou fascinada! Neles me perdi e já não sei se quero voltar. Encontrei casa, moradia em suas palavras. Eis meu novo lar. Ainda que conhecesse alguns trechos dos poemas, não os conhecia em totalidade, vê-los sobre outra dimensão através do todo do poema, foi mergulhar por outros caminhos e que caminhos. Desbravando horizontes e possibilidades, seja nos trechos a descrever-me ou a ver a vida e tudo que a compõe sobre novos olhares. Ainda que a poesia tenha me arrebatado, as crônicas me devastaram por inteira. O primeiro contato foi fatal , e ler a crônica Flora, foi emocionante que sensibilidade e exposição dos sentimentos do homem e do que pai que tinha acabado de se tornar. Como esquecer deste trecho: “Como é raro acontecer, hoje meu corpo, alma e coração ocupam o mesmo espaço” seja no contexto que o compõe ou em adaptações para a vida do leitor o quanto essa frase nos é significativa de momentos únicos , exatamente daquilo que nos arranca do chão. Eis então os meus encontros “Referências biográficas ou troca de figurinhas” , “Para quem lê”, “ Dos postais” e “ Sobre o tempo e espaços que ocupamos” , que reflexões contemporâneas necessárias , nestes textos vi uma sensibilidade sem igual, a precisão das palavras e de cada assunto abordado, eis a razão a qual coloco “Tratado sobre o coração das coisas ditas” como um clássico contemporâneo , na idealização daquilo que deve ser lido por todos. 
São reflexões que nos levam além das vendas que carregamos sobre olhos. Leva-nos a um passeio sobre a alma, quem somos, o que fazemos para sermos quem somos. E de que forma enxergamos e somos vistos pela sociedade. 
“O lado perverso do cotidiano age tanto no silêncio quanto em meio às buzinas, adormecendo os sentidos, entorpecendo os sonhos. Entre “bons dias” e “ boas tardes”, vai transformando coisas formidáveis em lugares comuns”.Quem são os nossos heróis? Quem sou ? Qual a minha identidade , a minha raiz, e o que valorizo nesse contexto? O poeta e cronista recomenda:“ Seja sua própria Pátria” Nessa leitura de mim e do mundo eu só sei que não quero nunca mais sair. “A prisão é tão opcional quanto a liberdade. Contudo, para ser feliz são necessárias alguma ação de ousadia, ao passo que, para ficar preso basta se deixar levar e pronto. Ninguém está salvo do pior e se a vida é isso aí, então abra os olhos, para cima e viva tudo, mesmo”. 
Eis a minha escolha, “Sou Pátria”: “Minha arma é escudo revestido por coragem , a minha glória é o próprio combate, e enquanto a razão da luta mantiver o ideal de pensar livremente, moléstia alguma corromperá o meu espírito.”
Obrigada pela escrita e pela existência Ni Brisant, sei que é apenas o seu começo, jovem escritor. O Brasil te conhecerá e de minha boca a Bahia saberá o filho que tens. Indo a partilha de sua obra.
Abraços baianos!!"
* Texto postado hoje no Facebook pela leitora/amiga Jacquinha Nogueira.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Microcontos

Fabiana passa dias abrindo presentes
vivendo aqui/agora.
mas às vezes permite-se sonhar
só para viver um tempo inédito
que ainda não foi.
*
as vezes que amou,
Ingrid contava nos dedos.
mas as vezes que desamou, 
não contava a ninguém.
*
Roberta pinta-se,
não para esconder a tristeza
mas para fazer amor.
- Seu coração é a amazônia do mundo.
*
Danny amarrou o cadarço dele
sem notar que estava dando um nó 
em seus cordões umbilicais.
*
José nunca mudou para um "relacionamento sério"
queria mesmo é viver um amor
ainda que fosse secreto
clandestino e/ou impossível.
um amor.
(Foto: Alessa Melo)




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Contos diversos - Novas versões

Nana tinha vontade de sumir pra bem longe
toda vez que a saudade se aproximava.
até o dia que mudou-se 
pra perto daquele que morava dentro.
*
Karine treina para viver um amor livre
mas não tem problemas com a confiança que sente 
quando alguém segura sua mão
e diz "Vem, Ka."
*
Tailane não gostava de canções longas
nem curtas.
preferia dançar.
*
todo dia, Bruna digitava AMOR no google
enquanto Fabiano tentava digitar Bruna na vida. 
*
Giovanni prometeu ficar na vida de Jéssica 
mas só fez um rolezinho.
(Sarau Coletivoz / Belo Horizonte-MG)




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Contos diversos 3

Aline não temia o desconhecido
temia os ignorantes.
*
Natália gostava de cinema mudo
porque como nos livros
ali, todos os personagens tinham sua voz.
*
O amor era o limite de Adriana.
Ela nunca conseguiu superá-lo.
*
Mariana era apaixonada por música
mas não vivia sem o silêncio
que era só seu.
*
Janaína mandou Carlos sair de sua vida.
Mas Carlos disse que só sairia
se ela dissesse: por favor!
(Foto: Nane Dutra)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mais contos diversos

Jacquinha cabulava aula
para amar.
e aprendeu tudo assim
amando.
*
Mirtes calçava 34
mas usava 40;
Assim, sentia seus passos indo
aonde seus pés não alcançavam.
*
Regiane perdeu o medo de altura
quando visitou o fundo do poço.
*
Lucy teve 3 filhos.
de tanto crescer com eles
criou-se.
*
Georgina escutava Caetano, Chico, Elis...
mas era anônima 
a voz que lhe dava alegria.
*
Beatriz doou todos os seus brinquedos
queria ser infância 
para outras crianças.
*
Solange saía de casa toda vez que chovia
Pra ela, a chuva era um evento imperdível.
*
Gabriela tinha pressa de ser feliz
temia que seu amor evaporasse
antes de concretizar-se.
*
Marília fazia amor
como quem embarca numa missão estelar:
só tinha garantia de ida, 
mas ela fazia questão do retorno.
*
Ana tinha um gato em casa
mas vivia pegando cachorros na rua.
*
Mateus odiava multidões
Taty era a solidão que Mateus fazia.
*
Isabella pensava em fazer uma tatuagem bem grande
para cobrir a cicatriz que carregava no coração.
*
Pri vestia M
mas usava G.
Fazia isso pra sentir seu coração mais 
folgado.
*
Andréa queria ter um lar
seja lá como fosse
- só não podia ser muito distante
de dentro.
*
Maini tinha inveja do rio
queria desaguar
em alguém.
*
Pim tinha saudades da infância
uma vontade de crescer
ser tão menina de novo
e poder tomar banho na panela de arroz.
*
Taty nunca entrou numa roda de capoera
nem precisou.
aprendeu os paranauês da superação
com as rasteiras que Mateus lhe deu.



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Contos diversos

Rosinelson não gostava do seu nome
assim que completou 18, virou Sheyla.
*
Jessica tinha pena dos velhinhos
os velhinhos nunca perdoaram Jessica.
*
Luiza parou de fumar
no dia em que seu marido saiu pra comprar cigarros
e virou fumaça.
*
Douglas passava protetor solar em Raquel
quando sentiu seu coração vulnerável.
Melecou-se.
*
Toda vez que Wagner corria pro abraço
Guilherme salivava.
Era gol que ele queria.
*
Allan queria subir na vida
virou piloto de elevador.
*
Camila escreveu
Daniel não leu
Fábio créu.
*
Marina fez tudo pra vencer na vida
até perder-se.
*
Jaílson só amava Ingrid
mas dormia com Beatriz, Juliana, Elza, Marcia, Felipe...
*
Márcio tinha medo de ficar velho
mas com o passar do tempo, nem ligava.
*
Zazá prometeu ser mais feliz em 2014
mas até agora só conseguiu 82 alegrias
- 12% a menos que no ano anterior.
*
Bianca tinha todos os homens a seus pés
e Thiago na cabeça.
*
Hugo não tinha mais conserto
Hugo não tinha mais solução
Hugo não tinha Luciana.
*
Jefferson prometeu amar Carla pra sempre
mas mudou de ideia quando completou 9 anos.
*
Victor disse que era o fim
no instante que Cris ia pedir um tempo.