terça-feira, 30 de abril de 2013

Tá tendo

Superando todas as expectativas e dificuldades, a primeira tiragem de Para Bisa esgotou-se 43 dias após o lançamento. O livro foi produzido e distribuído de forma independente, ou seja, sem qualquer intervenção de editora.
Recebi hoje os exemplares da segunda impressão, os quais já encontram-se disponíveis para compra no site Imaginado efeito por R$ 25,00 (frete grátis). A partir da próxima semana estarão também em algumas livrarias de São Paulo. Informarei os endereços em breve.
Minha mochila continua sendo minha livraria, portanto, se tiver quiser, digaí.
Pegando o gancho, próximo sábado, 4/5, haverá o lançamento desta 2ª impressão no Sarau a Plenos Pulmões, na Casa das Rosas. Chegue mais.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Para Brisa esgotado

A noite de ontem foi marcada pela alegria do lançamento de Para Brisa na Cooperifa e agora acabo de receber uma excelente notícia: o último exemplar de Para Brisa foi vendido, 43 dias após seu primeiro lançamento. 
Nesse momento, vejo esta foto (ao lado) no Facebook do meu conterrâneo Enderson Araujo, com a seguinte mensagem: "Cheguei em casa e vi meu quarto virado, fui lá reclamar meu irmãozinho.. Mas desisti quando vi esta cena, ele lendo o livro Para Brisa do Ni Brisant.. Caralho bateu arrepio." 
O arrepio chegou aqui, mano. 
Assim como outras manifestações de apreço, essas palavras chegam como um poderoso combustível que me move para continuar produzindo, escrevendo e seguindo adiante.
Produzir um livro independente é das tarefas mais inglórias, por isso, agradeço mais uma vez a cada um que, de alguma maneira, colaborou com Para Brisa. Eu não teria conseguido ir tão longe sem o apoio dos amigos.

Com a venda dessa primeira tiragem, já pude encomendar uma nova impressão, que logo estará nas mãos.
O melhor disso tudo é a convicção de que o livro esgotou, mas eu nunca me vendi! 
Abraço e coragem!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Início dos trabalhos de parto

Daqui a pouco acontecerá o lançamento de Para Brisa na Cooperifa. 
♣ Vamos Juntos ♣
O céu-sarau vai ficar pequeno pra tanta estrela.

♦ Sarau da Cooperifa, a partir das 20h30
Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá

terça-feira, 23 de abril de 2013

A cena é de quem faz

No último sábado, (20/4), participei do Café com Cultura no espaço Anchietanum, cujo tema era Literatura Divergente e Cena Cultural da Cidade. Nessa ocasião, dividi a palavra com os parceiros Ruivo Lopes (Sarau da Ocupa), Binho (Sarau do Binho), Vandeí Oliveira e Camila Freitas (ambos do Tenda Literária).
O resultado foi muito proveitoso, pois pudemos falar um pouco sobre as dificuldades enfrentadas para fazer os saraus nas periferias e do papel sociocultural que esta cena cumpre ao encorajar o cidadão-comum a interferir positivamente na sociedade. Foi importante também porque conversamos com um público que não está habituado a frequentar "nossos movimentos" e que pode, algumas vezes, enxergar a periferia a partir da trinca "pobre, delinquente, ignorante" apresentada diariamente pela grande mídia. 
Abordamos também as peculiaridades da nossa produção literária, a qual está relacionada diretamente a outras manifestações artísticas, como o desenho, fotografia, teatro e elementos da cultura Hip Hop. 
A interação do público fez com que a discussão avançasse. Assim, além das perguntas estabelecidas pela organização, surgiram boas questões relacionadas ao apoio estatal (ou falta de), apropriação da nossa identidade cultural por terceiros, dentre outras. Estou convencido da relevância da literatura marginal, tanto no campo ideológico/político quanto no cenário artístico/acadêmico. É certo que temos muito a crescer, mas esse tipo de debate demonstra que a  arte produzida na periferia tem um valor que transcende o contexto social em que foi produzida. Mais que publicações literárias, estamos construindo um legado. A cena é de quem faz a diferença. Como já foi dito, agora somos nós quem contamos a nossa história.
Agradeço a todos que participaram desse encontro, principalmente ao espaço Anchietanum e ao Tenda Literária. Graças ao ambiente acolhedor e propício à reflexão, podemos pôr nossa realidade na mesa e, até certo ponto, analisá-la. No fim, saí inquieto. Com a convicção de que há muito a ser dito e discutido, mas há, sobretudo, muito a ser feito.

(Literatura Marginal e Cena cultural da cidade em debate no Anchietanum)



Vômito no Aquário*

A maldade pode criar laços mais duradouros que o próprio amor.
Após oito anos trabalhando como garçom e se alimentando exclusivamente das sobras que os clientes deixavam no prato, Ricardo conseguiu comprar a “Oio de Boi”, a churrascaria mais popular da cidade baixa. Suas primeiras atitudes como proprietário incluíram mudar o nome do estabelecimento para “Ricarne’s” e encomendar broches com sua foto, objetos tão grandes que mais pareciam uma tigela improvisada como escudo no peito dos funcionários.
Dois meses depois, ele contratou um operador de telemarketing que trabalhava num banco estatal e mandou que rastreasse a localização e os dados de toda a turma com quem havia estudado no Colégio Maria Esperança; logo enviou-lhes convites para um jantar boca-livre em sua churrascaria.
No dia marcado, enquanto tentava entrar num jeans, quatro números menor que o seu, Juju fez uma retrospectiva do que havia acontecido de significante naquele período pós-colégio e, como não encontrou muita coisa, ensaiou um discurso que misturava frases estilo aspirante ao Prêmio Nobel, com outras do tipo “venci na vida e sou a pessoa mais feliz do mundo, mas estou disponível esta noite...”
A festa corria bem, mas o fato de Guilherme ter aparecido acompanhado por uma linda garota não alterou a suspeita que todos tinham em relação à sua orientação sexual. Esta dúvida foi eliminada quando Denise tirou uma foto da namorada dele e esta a convenceu a apagar aquele registro, sob o risco de voltar para casa com o olho roxo e ainda, sem câmera fotográfica.
As panelinhas permaneciam inalteráveis, as rodas de conversa continuavam sendo formadas pelas mesmas pessoas do tempo de escola. Poucos eram como Márcio Rogério, que com seu papo eclético e risada estridente, circulava por todas as mesas e ainda fazia média com os garçons.
(Ilustração: Paulo SS)
Entre os homens, as conversas que surgiram depois de longos abraços acabaram se tornando disputas retóricas em alto volume para provar quem era o mais bem-sucedido; exageravam na contagem de seus lucros e acasalamentos, embora, no fundo, ninguém acreditasse no que o outro dizia. Já as mulheres, recordavam os velhos casos de escola enquanto cochichavam comentários venenosos sobre o estado físico e o figurino umas das outras.
Dos 38 alunos, apenas quatro não compareceram: Marcos passou num concurso público e estava morando em Alagoas; Lucy, cuja filha estava grávida, dedicava-se agora a ensinar que RN nem sempre quer dizer Rio Grande do Norte, entre outras normas que toda mãe precisa saber; Pablo foi morto num assalto a uma quitinete no Cocaia e Emerson havia se tornado jornalista e ninguém sabia dizer por onde andava.
Percebendo que a galera estava bebendo muito mais do que ele imaginara, Ricardo comunicou que a partir daquele momento a bebida seria cobrada. Nancy, mão-de-vaca a ponto de só dar esmola se o pedinte for capaz de emitir nota fiscal, protestou e foi embora imediatamente.
“Como você está?”. Guilherme respondeu a essa pergunta tantas vezes naquela noite que já não sabia ao certo como realmente se sentia. Dizia que estava bem, logo vinha um, recitando os problemas do mundo, o preço da gasolina, a situação do seu time no campeonato... E ele se arrependia da resposta que havia dado. Caso reclamasse que estava mal, chegava o exército da felicidade querendo convencê-lo de que a vida é bela, que existem muitos em situação pior que a sua, entre outros argumentos de astral duvidoso. Enfim, concluiu que aquela era a questão mais idiota já formulada, porque as pessoas não se importam com a resposta que você dá, a menos, é claro, que possam tirar proveito desta informação. Além do que, ninguém nunca está uma coisa só, quando a cabeça está boa, aparece um problema na coluna ou uma conta atrasada e se pensar direito, até nas piores desgraças pode-se encontrar algo de bom.
Luanny, que nos tempos de escola já era a promessa da turma, cansada de tentar fazer sucesso a qualquer custo, fundou a Igreja do Santo homem das alturas e com sua música gospel dançante, se tornou uma referência de empreendedorismo e fé. Depois de dar seu testemunho de libertação das drogas, ela pediu uma vodca e ficou emocionada ao fazer um brinde ao seu single “Sempre com o senhor eu vou”.
Vagner foi o único que não conseguiu entrar no clima e se misturar com o pessoal; as lembranças que os demais reviviam eram cheias de um entusiasmo excessivo e de fatos tão perversos que o fez sentir novamente o terror daqueles tempos de colégio. Na verdade, ele só foi naquele encontro porque estava curioso para ver o que os anos haviam feito com Juju, sua primeira namorada. Mas o encanto se quebrou quando a viu ridicularizando as poucas coisas que haviam ficado na sua memória como boas recordações. Naquela noite, ela beijou Ricardo e declarou que deveriam ter ficado mais vezes, uma pena que, naquela época, ela era uma boba. Toda aquela realidade asquerosa misturou-se com as cervejas quentes que Vagner havia tomado e a sua boca encheu-se de uma saliva azeda. Ele se levantou e vomitou no aquário da churrascaria. Pela primeira vez, aqueles peixes apreciaram uma dieta vegetariana “batizada”.
A turma do Colégio Maria Esperança passou a se encontrar todos os meses. Mas agora. existem cinco ausências garantidas e toda vez que falta assunto, recorrem ao aquário e são felizes outra vez.

*Texto do livro "Tratado Sobre o Coração das coisas ditas" e publicado também no blog Sinceros abusados

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Hoje tem Sarau

É com muita expectativa e alegria que anuncio a transmissão do último Sarau Sobrenome Liberdade, gravado pelo Coletivo Perifatividade em parceria com a Rádio Sessions Brasil.
Se ligue! Confira nossa gente em ação hoje às 20h: http://www.radiosessionsbrasil.com/

Haverão reprises: Quinta às 22h30, domingo às 15h e na próxima segunda às 20h.


domingo, 21 de abril de 2013

Lançamento de Para Brisa na Cooperifa

Próxima quarta-feira (24/4) será o lançamento de Para Brisa na Cooperifa.
♣ Vamos Juntos ♣
O céu-sarau vai ficar pequeno pra tanta estrela.

♦ Sarau da Cooperifa, a partir das 20h30
Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá


sábado, 20 de abril de 2013

Para despertar velhos dragões

Ela tinha apenas um abraço nas mãos;
e ele veio com todas as carícias na boca.
o que aconteceu, virou alegria.

***
O valor de um abraço mede-se
pelas voltas que o coração dá
quando aperta-se.

***
Sem olhar pra trás, 
caiu de si.

(Sarau Bem Black - Salvador-BA - 17/4; Fotografia: Leo Ornelas)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Bora discutir

A convite do Tenda Literária, participarei duma roda de bate-papo com os parceiros Binho (Sarau do Binho) e Ruivo Lopes. O tema sugerido pela organização pra puxar a conversa foi Literatura Divergente e Cena Cultural da Cidade. Após o bate-papo, haverá um sarau aberto pra quem quiser chegar e soltar o verso e o verbo, alto e bom som. 
A roda acontecerá amanhã (20/4), às 19h30, no Café com Cultura, no espaço Anchietanum que fica na Rua Apinajés, nº 2033, Vila Madalena (SP).
Chegue junto!



sábado, 6 de abril de 2013

Entrevista no Centro em Foco

Acabo de ver a 1ª nota/entrevista sobre meu trabalho num jornal impresso de SP: Centro em Foco. Aos poucos, vou indo. Sem jabá, sem corrupção; na raça!
Muito obrigado a cada um dos parceiros que chegou junto.  Um abraço especial no amigo Toni Miotto, responsável por essa entrevista.
Esta conquista pode parecer insignificante pra muitos, mas eu sei o valor de cada passo dado até aqui. Vou continuar celebrando todas as vitórias porque nenhuma delas veio (nem virá) sem luta. 
Segue trecho da entrevista:

Por que você escolheu apresentar sua poesia, especialmente em saraus?
A força, maturidade e diversidade dos artistas que se apresentam nos saraus me chamaram atenção desde o instante que conheci o primeiro deles. Sempre saio instigado de lá. Toda noite descubro um novo herói nesses redutos.
Se uma pessoa que está pensando em participar de algum sarau na cidade, perguntasse a você: “E aí, o que tem de bom em ir ao um sarau?”
Sarau é lugar de homens e mulheres livres. Isso é tudo. Boa parte dos melhores escritores, músicos e artistas da nossa geração estão nos saraus. Lá as pessoas falam e escrevem sobre a nossa verdadeira história.

Para ler a nota, clique aqui (texto no final da página 11).
Pego o gancho e convido para o Menor Slam do Mundo, dia 13/4 na Casa das Rosas. Sou o detentor do 'cinturinho', mas nessa edição não poderei defender meu título. Fica a dica.
Parto agora pra Bahia, ver minha gente, rever-me. Não poderia estar com o coração melhor.

Coragem.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sobre Brisas e Tratados

Conforme prometido, enviei hoje todos os arquivos PDFs do meu primeiro livro para os amigos que contribuíram com a Proposta Colaborativa de Para Brisa. Estes arquivos podem ser repassados sem problema, afinal, a intenção é fazer com que o Tratado  chegue a mais pessoas.
Quero agradecer mais uma vez a todos que colaboraram. Teria sido muito mais difícil publicar meu novo livro sem a força de vocês. Valeu , de coração.
Compartilho agora as palavras do médico, meu conterrâneo, Gerson Salvador postadas ontem no Facebook:

"Foi muito feliz o dia em que não pude ir aos Mesquiteiros porque estava de plantão à noite e não daria tempo de voltar quando achei no facebook do Ruivo a divulgação do Sarau da Adelfa. Quando vi o seu nome no cartaz pensei: lá vem um francês apresentar sua poesia, dei sorte que encontrei um caboclo feito do mesmo barro seco que eu e que fala para o mundo. Meu caro, na minha opinião, o "Tratado sobre o coração das coisas ditas" é um poema perfeito, universal, para mim é um prazer tê-lo junto aos demais poemas que compõem seu livro ao alcance das mãos."

Ficarei alguns dias sem postar. Mas já deixo o convite: dia 20 de abril participarei de um diálogo aberto com os parceiros Ruivo Lopes e Binho. Bora lá!

Coragem!

Rota de um alvo a bordo*


(Willian Delarte)
Era flecha no mar,
na mira
afundou-se.

Virou barco,
na terra
envergou-se.

cavou-se, 
virou rio.

Tocou o arco 
e nunca mais ficou a ver

( ) ( ) ( ) 

vazios.

* Willian Delarte e Ni Brisant

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Para-choques 2

se tivesse direito a um pedido, pediria tudo que tenho direito!

nessa noite fria um streap tease se não esquenta traz pneumonia.

carregava um deserto na virilha; tirante isso, era pura água.
(Alessamdro Buzo)

o mesmo guarda-sol guarda-chuva, mas nem todas as estrelas (ALL STAR) pôde me proteger dos teus pés.

nem todo fim é para sempre, alguns insistem em continuar.

ignorava algarismos, passou a vida medindo palavras.

acordou tão disposta a ser feliz, que nem saiu de casa. pela 1ª vez, aceitou sua companhia.

poesia quebra, mas não racha.

brigou feio mas manteve seu ciúme em segredo.

trocaria a eternidade pela vida inteira.

não me chame, se a viagem não tiver volta.

escrever poesia curta é fácil, difícil é explicar.

sem olhar pra trás, caiu de si.

domingo, 31 de março de 2013

Mais Para-choques

Tenho recebido opiniões e críticas sobre Para Brisa e estou lendo cada uma com a devida cautela e atenção. As mensagens direcionadas aos poemas curtos, da seção Para-choques, são as que mais me impressionaram. É fascinante a maneira como cada pessoa interpreta esses poemetos... 
Devo dizer que a produção desses 'textículos' é um exercício desafiador de síntese no qual tenho me divertido bastante. 
Seguem alguns inéditos:

O capacete do poeta é o vento.
*
(Camiseta Para Brisa)

mesmo com tantos presentes
à vista, uma falta 
acertou-lhe o peito.
*

lendo os grandes, aprendo a escrever menor.
*

sem fome, pagou pavê.
*

com os olhos fechados, viu o amor do lado de dentro.
*

menos flecha e alvo. é chegada a hora de ser arco!
*

Depois do primeiro oi,
foi tudo possível.
Inclusive, ais.
*

Quase mato a saudade, de tanto você.
*

andava tão ocupada, que só tinha tempo para os outros.
*

vi um casal de amigos brigando, pensei: 
eles deveriam tentar ser amigos e esquecer isso de 
há casa lar.
(Miragaya - Fotografia: Antonio Miotto)
*

cursou Direito, dominava maus exemplos.
*

trocou a igreja pela breja, ganhou a rima e uma barriga.
*

a contramão nunca foi problema pra mim; a mão, sim.
*

sentia-se acima do bem e do mal até cair de si.
*

não foi trabalhar, mandou um atestado em seu lugar.
*

queria viver um romance, mas era só verso.
*

tentei desapegar, perdi.
*

sabendo que a felicidade não estava nos lábios dela, deu língua.
*

era tão xavequeira, que pegava corações a quilômetros de solidão.
*

inspirado? não; amando.
*

diálogo não é quando você escuta o que te agrada; mas quando ouve algo que precisa ser dito.
*

disfarçou e saiu andando; carregou seu choro na sola dos pés.
*

Na DR
perdeu por WO 
(pela indiferença de 1 coração a 0)
*

pelo retrovisor vi buzina e bunda; juro que o poste não estava lá.

EM BREVE, MAIS POEMAS PARA-CHOQUES.

sábado, 30 de março de 2013

Agenda

Retornarei ao Barreiro (Bahia) na próxima semana. Tou ansioso. Este é um momento muito importante de minha vida e será bom voltar pros meus. Faz mais de dois anos que não abraço minha mãe, não converso com meus primeiros amigos, enfim, não encontro minha terra.
(Fotografia: Andressa Santos)
Aproveitarei a viagem para apresentar o meu trabalho em alguns saraus e escolas na Bahia. Assim que tiver a relação completa desses lugares, informarei aqui.

Aos parceiros de Sampa, segue agenda de lançamentos de Para Brisa:

Sarau Espaço Comunidade: 20 de abril, às 18h. Endereço: Rua Domingos Marques 104.

Sarau Cooperifa: 24 de abril, às 21h. Endereço: Rua Bartolomeu dos Santos, 797.

Sarau A plenos pulmões: 4 de abril, às 19h. Casa das Rosas: Endereço: Avenida Paulista, 37.

Coragem!

domingo, 24 de março de 2013

Para Brisant*

Entretenimento e reflexão. Essas duas palavras frequentemente permeam os textos críticos sobre as artes. Como aliar reflexão e entretenimento? Existe essa possibilidade? É difícil, mas a verdade é que existe. No cinema, só para citar o que primeiro me vem à cabeça, Fellini e Chaplin o fizeram com maestria.
Comentava outro dia – reluto em usar a primeira pessoa, mas esse texto exige – com o próprio autor sobre essa qualidade que “Para Brisa” possui. Podemos degustá-lo numa simples viagem de ônibus ou na sala de espera do dentista e ainda nos debruçarmos numa análise da sua riqueza como produto literário. A seção “Para-choque”, por exemplo, diverte justamente pelos jogos de palavras utilizados, na simplicidade revela-se o conhecimento da língua – árduo trabalho do poeta.
Na carta-crônica “Amizade”, Ni explora outra grande questão abordada pela crítica: ao tratar do tema local, utilizando a repartição onde trabalha, toca numa questão universal, a necessidade de se enxergar a humanidade pelo olhar humanista, algo que deveria ser óbvio; mas não é.

Deixando um pouco a literatura de lado e já que quebrei o protocolo e utilizei a primeira pessoa, vou falar um pouco do autor. Conheci esse cara nos bancos de uma Universidade. Éramos da turma do fundão e, nossa identificação foi imediata. Lembro-me de nossos intervalos regados à cerveja que rendiam, na volta, grandes discussões sócio-literárias. Desde então, nossa amizade se estreitou cada vez mais, “o cara freqüenta minha casa” e posso provar que tudo que há na sua escrita faz realmente parte de sua vida – o que necessariamente não precisa acontecer. Sim. O Ni é assim, pensamento, coração, sentimento. Inquieto, prolífico e suas relações são intensas.

Para voltar à obra e para terminar, a literatura de Ni Brisant chega à fase adulta mostrando que tem o que já se cobrava na busca de uma literatura nacional, nas palavras de Machado, “o sublime é simples.” 

* Texto do parceiro Damásio Marques, escrito e 'publicado' na ocasião de lançamento de Para Brisa no Sarau Sobrenome Liberdade.

terça-feira, 19 de março de 2013

Impressão


Recentemente escrevi uma crônica sobre a impressão causada por minha primeira leitura de Clarisse Lispector. Que era uma leitura saborosa, que chegava até ser difícil terminar uma frase, pois a genialidade da autora era como um doce dos mais saborosos à desmanchar-se em minha boca. 
(Daniela Santos)
Achei que dificilmente me depararia com outra obra que me causasse impressão semelhante, assim tão cedo. Então, começo a ler "Para Brisa", do poeta Ni Brisant, com a mesma água na boca...E era difícil terminar um poema e partir para o próximo...Até mesmo, abandonar um verso e ler outro.
Poeta, até mesmo mais que outros artistas tem muita dificuldade em admitir o talento de outro poeta. E as vezes, fica aquela sensação de "ninguém curtiu". Mas como guardar essa sensação deliciosa causada por "Para Brisa", só para mim? 
Mais que um livro... Uma experiência prazerosa, como a declamação do primeiro poema em um palco...Como a penetração da primeira vagina.
Cometi uma gafe, ao desejar à Ni Brisant que fosse o primeiro de muitos. Depois vi que se tratava já de seu segundo livro. Mas o importante é que foi o "meu primeiro livro de Ni Brisant"..., E, sim...Que seja o primeiro de muitos. Muito obrigado, poeta.

- Texto do poeta André Diaz.

segunda-feira, 18 de março de 2013

AS ROUPAS DO REI*

É, guerreiro,
é mesmo tipo assim
como nascer pra fora de si
trocar de pele
mudar as paredes de casa

essa coisa de existir
ser artista, essa coisa

é sempre tipo assim
sem regresso
liberdade sem sobrenome
chama convicta que se abrasa
tipo uma galinha,
manja?

ela nunca reclama da inutilidade
das suas asas.

*Poema de Willian Delarte publicado em Delarte.

Haverá

Eles, lança-chamas. 
Nós livramos.


sexta-feira, 15 de março de 2013

E hoje tem sarau

Hoje, a partir das 19h30, me apresentarei no sarau da Casa Jaya, o Pizzarau. Fica a dica!
Endereço: Rua Capote Valente, 305. Pinheiros, São Paulo-SP.
Mais informações, clique aqui.

quarta-feira, 13 de março de 2013

E foi assim

Toda felicidade de ontem permanece alojada no meu coração. 
Por ora, muito obrigado!
(Mais informações e fotos em breve)

(Esquenta - Foto Antonio Miotto)

(Buzo, Marciano, eu, Rodrigo)

(Jamile, Célio e eu)

(Eu, Elide e Fernando)

(Willian Delarte - Foto Antonio Miotto)

(Com dedicação)

(Bruna e eu)

(Eu e Bel)


Veja mais nos blogs Suburbano Convicto e Sarau de Imagens.

terça-feira, 12 de março de 2013

Hoje já é

Presenças confirmadas de grandes escritores, músicos, poetas, artistas plásticos e vagamundos em geral.
A primavera prevalece.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Eu, Campeinho

Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Drummond

Depois de ter participado de algumas edições, conquistei no último sábado o Menor Slam do Mundo. Aos desavisados, explico que o Menor Slam é uma competição de poesias curtas, de até 10 segundos, realizada uma vez por mês na Casa das Rosas.
Além do título de "Poetinha da noite", ganhei o desafio da nanopoesia: poesia de 1 segundo. Estou feliz pra caramba! Mas por si só, essas conquistas não dizem muito. Embora tenha vencido, penso que a qualidade de uma poesia não pode ser medida assim, como quem julga um desfile carnavalesco ou Miss Sergipe... Aliás, nem sei se tem medida certa pra poesia. Mas não é essa a questão. O próprio Daniel Minchoni, idealizador do evento, sempre diz que ganhar ou perder não faz de alguém maior ou menor poeta, e que o objetivo do Menor Slam é, com diversão, transformar a poesia em esporte nacional.
Venho disputando o Menor Slam assiduamente há alguns meses e é notável o quanto essa experiência tem influenciado minha escrita e postura na hora de declamar. Inclusive, o resultado dessa busca pela síntese e concisão já poderá ser conferido em alguns poemas de Para Brisa. Quem ler, verá.
Dito isso, borandar.
Essa conquista chegou na véspera do aniversário de dois anos de Flora, minha filha, que nascera no Hospital Santa Catarina - em frente à Casa das Rosas. Não vou tentar explicar o que essa 'coincidência' significou; basta sentir que hoje a alegria não é passageira. 
Após o Slam, minha amiga Mariane Staphanato diagnosticou que o título havia chegado na hora exata, quanto tinha que ser. Pois bem, que venham os próximos dias.

Seguem poemas com os quais ganhei a noite e umas risadas extras:

NANO POEMA:
Maria, a vi no ar!

POESIAS DE 10 SEGUNDOS:

Tanto faz
na cama ou em série americana;
no cio,
quem não saCia,
sai.

Criou sua própria religião: umbigo.
Pôs um piercing de altar
e fez versos:
frente e versos.

Era véspera de sua morte,
mas ela estava viva;
e botou pra lá!
Sabia que uma vez perdida
toda força seria encontrada.

Abraço e até breve menos.